Nuances: Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, v. 34, n. 00, e023007, 2023. e-ISSN: 2236-0441
DOI: https://doi.org/10.32930/nuances.v34i00.10105 1
SOBRE PROTAGONISTAS EMPREENDEDORES NAS SALAS DE AULA, OU UMA
LEITURA CRÍTICA DE TERMOS NEOLIBERAIS NA EDUCAÇÃO
SOBRE LOS PROTAGONISTAS EMPRENDEDORES EN LAS AULAS O UNA
LECTURA CRÍTICA DE LOS TÉRMINOS NEOLIBERALES EN LA EDUCACIÓN
ABOUT ENTREPRENEURIAL PROTAGONISTS IN CLASSROOMS, OR A CRITICAL
ANALYSIS OF NEOLIBERAL TERMS IN EDUCATION
Ivan FORTUNATO1
e-mail: ivanfrt@yahoo.com.br
Como referenciar este artigo:
FORTUNATO, I. Sobre protagonistas empreendedores nas salas de
aula, ou uma leitura crítica de termos neoliberais na educação.
Nuances: Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, v. 34, n.
00, e023007, 2023. e-ISSN: 2236-0441. DOI:
https://doi.org/10.32930/nuances.v34i00.10105
| Submetido em: 15/05/2023
| Revisões requeridas em: 22/07/2023
| Aprovado em: 09/08/2023
| Publicado em: 04/10/2023
Editores:
Profa. Dra. Rosiane de Fátima Ponce
Prof. Dr. Paulo César de Almeida Raboni
Editor Adjunto Executivo:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
1
Instituto Federal de São Paulo (IFSP), Itapetininga SP Brasil. Professor EBTT na Coordenadoria de Formação
Pedagógica.
Sobre protagonistas empreendedores nas salas de aula
Nuances: Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, v. 34, n. 00, e023007, 2023. e-ISSN: 2236-0441
DOI: https://doi.org/10.32930/nuances.v34i00.10105 2
RESUMO: Este texto, escrito na forma de um ensaio, problematiza o uso dos termos
protagonismo e empreendedorismo na educação. Argumenta-se que esses conceitos remetem a
princípios neoliberais que, ao serem incorporados na educação, a reduzem a processos que
servem à manutenção do status quo, normalizando a educação utilitarista e competitiva. Dessa
maneira, apresenta-se a necessidade de se rejeitar as ideias de protagonistas empreendedores na
educação. Em seu lugar, propõe-se a cooperação e a inclusão vital de emoções positivas na
educação, as quais a sociedade pretere em nome da autorresponsabilização de cada um pelos
seus próprios sucessos ou fracassos, indistintamente.
PALAVRAS-CHAVE: Educação. Neoliberalismo. Protagonismo.
RESUMEN: Este texto, escrito en forma de ensayo, discute el uso de los términos
protagonismo y emprendimiento en la educación. Se argumenta que estos conceptos remiten a
principios neoliberales que, al ser incorporados a la educación, la reducen a procesos que
sirven para mantener el statu quo, normalizando la educación utilitaria y competitiva. De esta
forma, se presenta la necesidad de rechazar las ideas de los protagonistas emprendedores en
la educación. En su lugar se propone la cooperación y la vital inclusión de las emociones
positivas en la educación, que la sociedad descuida en nombre de la responsabilidad de cada
uno por sus propios éxitos o fracasos, sin distinción.
PALABRAS CLAVE: Educación. Neoliberalismo. Protagonismo.
ABSTRACT: This text, written in the form of an essay, discusses the use of the terms
protagonism and entrepreneurship in education. It is argued that these concepts refer to
neoliberal principles that, when incorporated into education, reduce it to processes that serve
to maintain the status quo, normalizing utilitarian and competitive education. In this way, the
need to reject the ideas of entrepreneurial protagonists in education is presented. In its place,
cooperation and the vital inclusion of positive emotions in education are proposed, which
society neglects in the name of the self-responsibility of each one for their own successes or
failures, without distinction.
KEYWORDS: Education. Neoliberalism. Protagonism.
Ivan Fortunato
Nuances: Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, v. 34, n. 00, e023007, 2023. e-ISSN: 2236-0441
DOI: https://doi.org/10.32930/nuances.v34i00.10105 3
Preâmbulo
Este texto é um ensaio sobre protagonismo e empreendedorismo na Educação. Sua
escrita tem um objetivo único: rejeitar a apropriação dos conceitos de protagonismo (estudantil,
juvenil, infantil...) e empreendedorismo na Educação. Esses termos, deliberadamente
conduzidos pelo sistema neoliberal que organiza a vida planetária, se tornaram lugar-comum
na literatura, nos documentos e nos discursos que abordam processos formais de ensino e
aprendizagem. E isso não é de hoje.
Voltamos ao final do século passado, momento em que o mundo passava por uma
transformação radical nos meios de comunicação, tornando-se efetivamente globalizado. Nesse
contexto, explica Marrach (1996), que a educação já se rendia à retórica neoliberal ao conceder
seu espaço formativo da seguinte maneira: (i.) a educação escolar e a pesquisa acadêmica
seriam atrelados às necessidades do mercado; (ii.) as instituições educacionais se tornariam o
local principal de disseminação dos princípios ideológicos do mercado (competição, cada um
por si, lucro etc.); e (iii.) as escolas se tornariam clientes dos produtos de tecnologia e do
material didático produzido no e pelo sistema neoliberal.
Foi assim, de forma ríspida e sem a menor indulgência, que a educação formal se tornou
hospedeira de uma ideologia neoliberal, que normaliza as desigualdades sociais. Essas
desigualdades resultam da meritocracia, na qual cada um é o único responsável pelos sucessos
e fracassos em sua própria vida.
Esta escrita surge justamente por não concordar com essa ideologia. Trata-se de ensaiar
argumentos contrários à apropriação indevida das ideias de protagonismo e empreendedorismo
pela educação formal. Ao final, espera-se que os fundamentos cá apresentados mobilizem
outros, ainda mais densos, substanciados e que busquem também contrariar o status quo.
Ensaiando a rejeição dos termos neoliberais na educação
Proto quer dizer o primeiro, o principal. Agon significa luta. Agonista, lutador.
Protagonista, literalmente, quer dizer o lutador principal (COSTA, 2000 apud
FIOREZE et al., 2022, p. 702).
Sobre o conceito de protagonismo, é notório que sua utilização na educação não faz
sentido e deveria ser abolido, desde sua etimologia apresentada na epígrafe; afinal de contas:
ou a educação se resume a um processo individualizado, no qual há apenas um estudante, ou
Sobre protagonistas empreendedores nas salas de aula
Nuances: Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, v. 34, n. 00, e023007, 2023. e-ISSN: 2236-0441
DOI: https://doi.org/10.32930/nuances.v34i00.10105 4
não podemos chamar todos de “o principal”. Além disso, carrega a ideia de luta, como se fossem
pelejar entre si, restando vitoriosos e derrotados
2
.
Podemos considerar outra origem ao termo, distinta da que foi dada na epígrafe.
Segundo Ferretti et al. (2004, p. 113): “ao se voltar à etimologia do termo ‘protagonismo’,
verifica-se que protagnistés significava o ator principal do teatro grego, ou aquele que ocupava
o lugar principal em um acontecimento”. Considerando que o teatro é uma forma de arte que
trabalha com a representação alegórica da vida, podemos descartar a ideia de protagonismo na
educação, pois se trata de viver a vida em si, de forma concreta, com todos os riscos que estar
vivo acarreta.
O que temos de semelhante nas duas definições etimológicas é a ideia de uma pessoa
sendo a principal, a mais importante, seja na luta, seja no teatro. Uma pessoa. As demais são
apenas coadjuvantes ou mero figurantes. Daí a pergunta: é isso mesmo que queremos com a
educação, que cada estudante veja a si mesmo como o lutador mais importante e as demais
pessoas (colegas, professores, técnicos, administradores, familiares...) como adversários ou
observadores?
O texto até poderia se encerrar aqui, pois o recado está dado: não deveria haver
protagonismo na educação. Contudo, ficam dúvidas: o que se espera, então, quando se reúnem
dezenas de protagonistas e um docente em uma sala de aula? E podemos ir além, questionando:
qual espetáculo tais protagonistas devem encenar e para quem? O roteiro sabemos qual é: o que
está bem descrito no currículo nacional, detalhado no material didático disponibilizado, tendo
suas respostas (supostamente) corretas anotadas no livro do professor. Ainda, e talvez mais
importante, podemos perguntar: como se chegou a essa ideia, e por que foi aceita e incorporada
na educação, tomada como legítima nos processos de ensino e aprendizagem?
Voltando à Ferretti et al. (2004), encontramos a hipótese de que haveria um problema
de semântica no uso do termo protagonista na educação, sendo usado como uma espécie de
sinônimo para participação democrática. Isso quer dizer que a ideia geral do termo não seria a
de sua etimologia de lutador ou personagem principal, mas a de estudante que participa
ativamente em um processo educativo orientado pela democracia. Recentemente, em um texto
escrito de autoria partilhada, rejeitamos essa hipótese de mero erro semântico, ao afirmar que
2
Importante sempre deixar registrado que o uso de substantivos no masculino tem apenas o propósito de dar
fluidez à escrita e à leitura. Não se trata de nenhuma exclusão, pelo contrário, pois é objetivo que todas as pessoas
se sintam contempladas no texto.
Ivan Fortunato
Nuances: Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, v. 34, n. 00, e023007, 2023. e-ISSN: 2236-0441
DOI: https://doi.org/10.32930/nuances.v34i00.10105 5
“não acreditamos no protagonismo na educação; somos pessoas vivendo em um mundo
complexo, não personagens de uma alegoria neoliberal” (FORTUNATO et al., 2022, p. 8).
Nossa rejeição à hipótese de erro semântico se deve ao fato principal de que a ideia de
centralidade à cada pessoa nos processos da vida é base do discurso neoliberal, portanto, seu
uso na educação não seria mero acaso ou algo refratário de um uso incorreto do termo. Isso
quer dizer que o protagonismo faz parte de um conjunto de ideias e atitudes que preveem o
individualismo e a responsabilidade individual pelos eventuais (e inerentes) fracassos no
sistema social vigente.
Faz parte desse rol de termos neoliberais o empreendedorismo, quase sempre
acompanhado de inovação. Enquanto a literatura acadêmica, segundo Souza (2023), ainda
apresenta incertezas e divagações sobre o significado de empreendedorismo, a internet se
apropriou bem do termo: pesquisa simples no buscador revela diversos sítios virtuais que,
praticamente em consonância, dizem que o empreendedor é uma pessoa que, por iniciativa
particular, começa um negócio de venda de produtos ou serviços. Uma das definições
encontradas em um dos inúmeros sites
3
é bem clara: “empreender depende do ‘eu’, portanto,
da ação de uma pessoa”.
E é justamente pelo mundo se voltar cada vez mais para o eu, praticamente inibindo
processos coletivos, cooperativos e democráticos, que o empreendedorismo vem acompanhado
da inovação. São tantas pessoas empreendendo que o discurso também precisou se adaptar ao
contexto, impondo às pessoas que dependem apenas delas mesmo em seus empreendimentos
que, para se manterem, é preciso fazer diferente para se destacar. É possível ver o efeito desse
empreendedorismo inovador nas palavras de Souza (2023):
Um dos principais motivos que se pode atribuir a essa escalada
empreendedora é sua utilização enquanto política para a criação de cidadãos
cada vez mais “autônomos” e “independentes”, ou seja, pessoas cada vez mais
autorresponsabilizadas com a consciência de que devem empreender para
atingir tanto metas pessoais como profissionais (SOUZA, 2023, p. 76, grifo
meu).
No trecho citado, o autor destaque às palavras autônomos e independentes,
colocando-as entre aspas. Parece que essas são aquelas aspas sarcásticas, usadas para qualificar
as coisas com ironia, ceticismo e/ou para indicar contradição. No caso dos predicados
autônomos e independentes, utilizados na citação, o caso parece ser, ao mesmo tempo, tudo
isso; ou seja, uma ironia, uma demonstração de ceticismo e a identificação de uma contradição.
3
Disponível em: https://g4educacao.com/glossario/significado-empreendedorismo. Acesso em: 10 mar. 2023
Sobre protagonistas empreendedores nas salas de aula
Nuances: Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, v. 34, n. 00, e023007, 2023. e-ISSN: 2236-0441
DOI: https://doi.org/10.32930/nuances.v34i00.10105 6
A ironia está na observação de que um discurso de autonomia e independência que
rege o sistema neoliberal, mas, enquanto tais palavras proclamam essa liberdade individual, o
sistema opera tornando as pessoas cada vez mais dependentes do próprio sistema. Daí o
ceticismo: não se pode acreditar que o excesso de empreendedores no mundo seja a
concretização de um projeto de liberdade e igualdade; muito menos de fraternidade.
Por isso, a contradição é evidente: tornar-se empreendedor, nesse mundo de projetos
individuais, de cada um por si, muitas vezes, não é uma escolha. Em muitos casos, é a única
opção de sobrevivência. Nesse sentido, observa-se que não autonomia alguma, pois o
empreendimento, essa atitude individual de empregar a si mesmo, não se trata de uma escolha
de um modo de vida. Assim como não independência; pelo contrário, pois ao empreender
como única alternativa, a pessoa resta-se totalmente dependente de seu empreendimento, o qual,
por sua vez, está sujeito às condições do sistema.
Isso leva ao termo grifado por mim na citação: a autorresponsabilização. Isso quer dizer
que a autonomia e a liberdade conquistadas pelo protagonismo do eu empreendedor levam à
responsabilidade de si pelo fracasso ou pelo sucesso pela sua atitude individual. Claro que a
ideia de fracasso ou sucesso é circunstancial, contudo, no nosso sistema significa,
respectivamente, encerrar o empreendimento por falta de recursos ou prosperar
financeiramente.
Graças a essa perspectiva da autorresponsabilização que a educação gosta tanto de falar
em protagonismo. Isso porque, quando uma pessoa empreendedora prospera, pode-se dizer que
os motivos para tal opimo foi o fato de ter se esforçado copiosamente para se apropriar das
competências fornecidas durante os anos de estudos, portanto, o sucesso é resultado de uma
educação de excelente qualidade. Por outro lado, quando o fracasso, não o que se
lamentar, exceto pela própria falta de vontade em assimilar tudo o que foi entregue nos bancos
escolares. Em resumo, o protagonismo implementado desde a infância, que percorre toda a
escolarização, tende ao empreendedorismo.
As palavras de Vicentin e da Silveira (2021) puderam captar bem essa relação entre o
protagonismo na escola e o empreendedorismo inevitável. Segundo os autores,
[...] ao propor que os alunos, via política educacional, assumam o
protagonismo de suas vidas e se tornem responsáveis pelo desenvolvimento
de seus projetos e sonhos, que se responsabilizem pela trajetória escolhida,
Estado e escola atuam e produzem subjetivamente sujeitos que, mergulhados
em uma razão neoliberal, devem atuar como empresas, devem constituir-se
como empreendedores de si, pois este é o mundo e os desafios do
Ivan Fortunato
Nuances: Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, v. 34, n. 00, e023007, 2023. e-ISSN: 2236-0441
DOI: https://doi.org/10.32930/nuances.v34i00.10105 7
contemporâneo que a proposta de uma nova escola apresenta e representa
(VICENTIN; DA SILVEIRA, 2021, p. 32).
Está evidente, na citação, que o protagonismo chega à escola pela razão neoliberal. No
Brasil, essa razão adentra a escola por meio da nossa Base Nacional Comum Curricular
(BRASIL, 2018), mais conhecida como BNCC. Documento que deveria ser norteador das
ões, é tomado como regra para elaboração de material didático, dos currículos municipais e
estaduais, das avaliações em larga escala e da formação docente.
Nesse documento, o termo “protagonismo” aparece 46 vezes ao longo do texto
(protagonista aparece nove vezes), sendo que os itinerários devem garantir a apropriação de
procedimentos cognitivos e o uso de metodologias que favoreçam o protagonismo juvenil”
(BRASIL, 2018, p. 478). Embora a Base não se ocupe em definir o protagonismo, há casos em
que parece ser sinônimo de autonomia, mas outros em que surge ao lado de autonomia,
implicando que se trata de outra coisa; isso aparece, por exemplo, neste trecho sobre
alfabetização: “[...] aprender a ler e escrever oferece aos estudantes algo novo e surpreendente:
amplia suas possibilidades de [...] participar com maior autonomia e protagonismo na vida
social” (BRASIL, 2018, p. 63). Em outros casos, a palavra apenas aparece como advérbio, sem
que esclareça exatamente o que se propõe, como, por exemplo, quando se afirma que “[...] o
ato de escrever é também concebido como prática social [...], oportunizando aos alunos agir
com protagonismo” (BRASIL, 2018, p. 244).
as palavras relacionadas com a ação de empreender aparecem apenas cinco vezes,
surgindo pela primeira vez em um dos objetivos do Ensino Médio, chamado de “preparação
básica para o trabalho e cidadania” (BRASIL, 2018, p. 465). A Base considera que a escola,
para alcançar tal objetivo, deve “proporcionar uma cultura favorável ao desenvolvimento de
atitudes, capacidades e valores que promovam o empreendedorismo [...] prever o suporte aos
jovens para que [...] desenvolvam uma postura empreendedora, ética e responsável para
transitar no mundo do trabalho e na sociedade em geral”.
Além disso, embora seja pouco mencionada na Base, empreendedorismo recebe
destaque, sendo um dos chamados eixos estruturantes dos itinerários formativos propostos pelo
documento, sendo “IV empreendedorismo: supõe a mobilização de conhecimentos de
diferentes áreas para a formação de organizações com variadas missões voltadas ao
desenvolvimento de produtos ou prestação de serviços inovadores com o uso das tecnologias”
(BRASIL, 2018, p. 479).
Sobre protagonistas empreendedores nas salas de aula
Nuances: Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, v. 34, n. 00, e023007, 2023. e-ISSN: 2236-0441
DOI: https://doi.org/10.32930/nuances.v34i00.10105 8
Para dizer o essencial: a BNCC reconhece que os processos educativos devem
oportunizar o estabelecimento de protagonistas (cada um sendo o lutador ou personagem
principal e seus colegas e professores os coadjuvantes e figurantes), pois, no final, será mesmo
cada um por si, enfrentando-se no competitivo mercado de empreendedores inovadores. O
sucesso será conquistado por aqueles que se apropriarem bem das competências ofertadas
durante os anos de escolarização. O fracasso será tão somente autorresponsabilidade de cada
protagonista, que não quis aproveitar os anos de estudo.
Em contraste com protagonismo e empreendedorismo, temos a cooperação, sendo
utilizada 13 vezes na BNCC. A cooperação tem sua origem no latim cooperare, que significa
trabalhar junto; no Dicionário On-Line, sua definição praticamente se esgota nela mesmo, sendo
compreendida como auxiliar outras pessoas, fazer coisas juntos etc. Nesse sentido, enquanto
protagonizar é tomar lugar de destaque (numa luta ou numa encenação) e o empreendedorismo
é a ação de uma pessoa, a cooperação implica agir junto, portanto, não se coopera sozinho
tampouco existe a figura do mais importante. É como bem expôs Frantz (2001, p. 242): “vou
definir a cooperação como um processo social, embasado em relações associativas, na interação
humana, pela qual um grupo de pessoas busca encontrar respostas e soluções para seus
problemas comuns, realizar objetivos comuns [...]”.
Das poucas menções à cooperação, cinco delas aparecem ao lado de “resolução de
conflitos”, outras duas aparecem como aliança política e econômica internacional e outra
aparece em um rol de habilidades, ao lado de autonomia e empreendedorismo. Quando é
mencionada na unidade temática esportes, na seção sobre Educação Física, cooperação se torna
um critério de lógica interna, assim como a interação com o adversário. Nesse sentido, observa-
se que a cooperação expressa na Base, o é entendida como a definição anterior dada por
Frantz (2001), mas como uma habilidade aparentemente sem lastro na sua etimologia de
colaborar, auxiliar, trabalhar em conjunto...
Assim, além de apresentar essa desproporção entre os substantivos individuais
(protagonismo e empreendedorismo) e o coletivo (cooperação), a BNCC ignora, ao longo de
suas seis centenas de páginas, a palavra felicidade. Isso quer dizer que, em momento algum do
texto, surge a ideia de que a escolarização deveria ser um processo que almeja a promoção da
felicidade em nossa sociedade, nem que as pessoas poderiam, ao menos, cogitar a hipótese de
que a vida planetária tende a ser feliz. Vai-se caracterizando, assim, que o importante é que
cada um dos protagonistas tome a parte que lhe cabe no sistema, sendo autorresponsável pela
sua parcela empreendedora.
Ivan Fortunato
Nuances: Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, v. 34, n. 00, e023007, 2023. e-ISSN: 2236-0441
DOI: https://doi.org/10.32930/nuances.v34i00.10105 9
O documento também desconsidera a possibilidade de alegria, exceto na primeira frase
da apresentação, sendo o sentimento registrado pelo então ministro da educação, ao publicar a
BNCC. Outras emoções positivas como esperança, amor, afeto e fraternidade são ignoradas
pela Base, exceto com uma outra menção em contextos que não tratam desses sentimentos nos
processos educativos. Afinal, um lutador principal não deve mesmo demonstrar tais
sentimentos, exceto, talvez, a alegria ao derrotar seus adversários.
escrevi sobre como a escola trabalha com esse descompasso entre protagonizar um
mundo de empreendimentos individuais e ser feliz em um lugar de cooperação (FORTUNATO,
2021). Nesse referido escrito, fiz uma leitura fracionada do clássico filme Sociedade dos Poetas
Mortos, focando no contraste entre os pilares da educação de excelência do colégio fictício
onde se desenrola a trama, e a ausência de alegria e felicidade em seus estudantes. O colégio
fictício do longa-metragem apenas dramatizava a realidade vivida por estudantes mundo afora,
tal qual visto na nossa BNCC e nas expectativas mais gerais sobre a educação escolar, isto é:
uma escola que deve preparar seus estudantes para o futuro, mesmo ciente que essa preparação
é beligerante e excludente, fortalecendo o status quo.
O filme também nos revela que enfrentar o sistema contrariando-o é uma forma
excelente de fortalecer o próprio sistema, tornando errado aquele que oferta resistência. Assim,
o que resta à escola são os pilares da educação de qualidade: tradição, honra, disciplina e
excelência. Alegria, felicidade, afeto, esperança, cooperação etc., portanto, não adentram às
salas de aula, pois não são considerados pilares de uma educação excelente.
Assim, ouso dizer que a felicidade somente se torna pilar de uma educação que pouco
se importa se é de excelência ou não. Esses lugares existem, mas são raríssimos.
Particularmente, conheço apenas a escola de Summerhill, estabelecida por Alexander S. Neill
em Suffolk, na Inglaterra, onde há três pilares que sustentam sua forma de trabalho, desde sua
fundação no ano de 1921: liberdade, autogoverno e felicidade. escrevi sobre esses pilares em
um texto laudatório, festejando o centésimo natalício da escola (FORTUNATO; PORTO,
2023).
Os pilares da concreta e centenária escola de Summerhill são diametralmente
divergentes dos pilares da alegórica escola do filme embora essa represente de forma mais
concreta a ideia geral dos objetivos da educação formal, ofertada nas escolas e universidades,
praticamente em todo planeta. Enquanto uma tem como propósito a vida coletiva, a descoberta
de si mesmo e do respeito pelos outros e pelo lugar onde se vive, a outra apenas almeja a
repetição e o fortalecimento de uma sociedade onde cada um é protagonista de seu próprio
Sobre protagonistas empreendedores nas salas de aula
Nuances: Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, v. 34, n. 00, e023007, 2023. e-ISSN: 2236-0441
DOI: https://doi.org/10.32930/nuances.v34i00.10105 10
empreendimento. Enquanto Summerhill foi fundada pensando na vida em comunidade, a
tradicional escola da excelência pensa nos resultados individuais, ovacionando seus melhores
lutadores/atores.
A mim, qual caminho é melhor parece óbvio. Não obstante, o cotidiano visto e vivido,
as políticas públicas e até mesmo a concepção mais generalizada da sociedade sobre a educação
evidenciam que a rota da tradição, honra, disciplina e excelência é a que segue cada vez mais
fortalecida.
Prólogo
Tudo se passa como se se tivesse passado de uma escola muito dependente de
um nacionalismo cultural muito estreito a uma escola corroída pelo egoísmo
utilitarista. Essa concepção da educação hoje dominante é parte integrante da
visão de uma humanidade composta por pequenos soldados da guerra
econômica mundial (LAVAL, 2004, p. 322).
Para finalizar esta escritura, compartilho e acato as palavras citadas na epígrafe. Os
estudantes qualificados como pequenos soldados, ou seja, os protagonistas, sendo cada um o
mais importante lutador, cada um como a personagem principal de um espetáculo neoliberal
promovido na e pela sociedade. Esses pequenos soldados enfrentam-se nessa guerra econômica
por meio das ferramentas adquiridas ao longo da vida, no qual cada um edifica seu quartel-
general, ou melhor, seu empreendimento individual inovador.
Como consequência de toda guerra, muitos danos, assim como os que perdem e
os que ganham... E na guerra econômica, dizem, ganhar ou perder é apenas resultado de seu
próprio esforço; isto é, cada um é autorresponsável pelo seu sucesso ou fracasso.
A educação nada faz para que se tome outro rumo. Pelo contrário, segue fortalecendo,
cada vez mais, o status quo.
É exatamente o que registraram Silva, Moura e Brunet (2023, p. 13), o avanço
indisfarçável dos interesses do mercado na construção dos currículos, das metodologias de
ensino, da formação de professores, da gestão e do financiamento escolar”, são reflexos do
modo invasivo do neoliberalismo à educação. Na sequência, como efeito colateral negativos,
afirmam: a educação perde sua capacidade transformadora e crítica, tendo em vista o
atendimento irrestrito aos desígnios mercadológicos e o desenvolvimento do capital humano.
Aqui, neste texto, busquei dar destaque a dois mantras neoliberais, protagonismo e
empreendedorismo, cujo uso excessivo na educação aparentemente se tornou uma ordem.
Tais conceitos estão popularizados nos documentos norteadores do currículo, os quais, embora
Ivan Fortunato
Nuances: Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, v. 34, n. 00, e023007, 2023. e-ISSN: 2236-0441
DOI: https://doi.org/10.32930/nuances.v34i00.10105 11
se apresentem como guias, são doutrinas prescritivas seguidas convictamente por todas as
esferas da educação. Chegam até nós, professores e professoras, com a chancela “cumpra-se”.
Ao ousar qualquer contradição à bússola do protagonismo empreendedor, o sistema logo
responde com censura; em caso de reincidência, punição. As respostas são rápidas à ousadia de
enfrentar a ordem posta e acatada por praticamente toda a sociedade. Não há lugar para utopia,
para os afetos, para a cooperação ou para a esperança. Aliás, isso foi trabalhado em outro texto,
no qual se abordou como a educação tem servido à propagação de males em nossa psique,
evitando que a compreensão sobre nosso modo de vida seja menos racional e mais afetivo,
menos pragmático e mais subjetivo (RODRÍGUEZ; FORTUNATO, 2021).
Por isso, ao final, mesmo ciente de que toda elucubração cá trazida não passa de um
exercício retórico diante o contexto utilitarista, pragmático, econômico, cético e de
desencantamento em que vivemos, fica a sensação de que enunciar tudo isso é necessário.
Apontar caminhos distintos daquilo que está posto, penso, é uma forma dupla de resistir e de
esperançar. Resistir contra um mundo de soldados principais da silenciosa, porém letal, guerra
econômica. Esperançar por um mundo de afetos e cooperação. Quem sabe a educação não se
coloque nessa rota, em breve?!
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, DF: MEC,
2018.
FERRETTI, C. et al. Protagonismo juvenil na literatura especializada e na reforma do ensino
médio. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 34, n. 122, p. 411-423, 2004. DOI:
10.1590/S0100-15742004000200007.
FIOREZE, C. et al. Um documento para chamar de nosso: refletindo o protagonismo
estudantil a partir da experiência de uma universidade comunitária. Avaliação, Campinas;
Sorocaba, v. 27, n. 03, p. 695-713, 2022. DOI: 10.1590/S1414-40772022000300016.
FORTUNATO, I. et al. Educação Decolonial Planetária em três aforismos. EduSer,
Bragança, v. 1, n. 1, p. 1-11, 2022. DOI: 10.34620/eduser.v1i1.219.
FORTUNATO, I. Educação e o tempo presente: menos carpe diem, mais alegria na escola.
Quaestio, Sorocaba, v. 23, n. 1, p. 199-209, 2021. DOI: 10.22483/2177-
5796.2021v23n1p199-209.
FORTUNATO, I.; PORTO, M. do R. S. Das inspirações de A. S. Neill ao centenário de
Summerhill: liberdade, autogoverno e felicidade. Revista História da Educação, São
Leopoldo, v. 27, e125048, 2023. DOI: 10.1590/2236-3459/125048.
Sobre protagonistas empreendedores nas salas de aula
Nuances: Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, v. 34, n. 00, e023007, 2023. e-ISSN: 2236-0441
DOI: https://doi.org/10.32930/nuances.v34i00.10105 12
FRANTZ, W. Educação e cooperação: práticas que se relacionam. Sociologias, Porto Alegre,
v. 3, n. 6, p. 242-264, 2001. DOI: 10.1590/S1517-45222001000200011.
LAVAL, C. A escola não é uma empresa: o neoliberalismo em ataque ao ensino público.
Londrina: Editora Planta, 2004.
MARRACH, S. A. Neoliberalismo e educação. In: SILVA JR., C. A. et al. (org.). Infância,
educação e neoliberalismo. São Paulo: Cortez, 1996. p. 42-56
RODRÍGUEZ, M. E.; FORTUNATO, I. Males de la psique en la educación: urgencia en el
re-ligar del pensamiento. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara,
v. 16, n. 3, p. 1754-1774, 2021. DOI: 10.21723/riaee.v16i3.15195.
SILVA, F. V. da; MOURA, T. S. de; BRUNET, P. D. de M. Sob a bandeira neoliberal:
Exame de propostas para a educação em postagens de candidatos do partido novo no
Instagram. Nuances: Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, v. 34, e023003, 2023.
DOI: 10.32930/nuances.v34i00.9779.
SOUZA, H. C. O Empreendedorismo e suas principais vertentes teóricas: uma visão crítica.
Revista Estudos e Pesquisas em Administração, Rondonópolis, v. 7, n. 1, p. 71-98, 2023.
DOI: 10.30781/repad.v7i1.14558.
VICENTIN, M.; DA SILVEIRA, C. R. Projeto de vida do Programa Ensino Integral:
Protagonismo neoliberal. Revista Interedu, Osorno, v. 5, n. 11, p. 11-39, 2021. DOI:
10.32735/S2735-65232021000596.
Ivan Fortunato
Nuances: Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, v. 34, n. 00, e023007, 2023. e-ISSN: 2236-0441
DOI: https://doi.org/10.32930/nuances.v34i00.10105 13
CRediT Author Statement
Reconhecimentos: Não aplicável.
Financiamento: Não aplicável.
Conflitos de interesse: Não aplicável.
Aprovação ética: Não aplicável.
Disponibilidade de dados e material: Não aplicável.
Contribuições dos autores: Autoria individual.
Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.
Revisão, formatação, normalização e tradução.
Nuances: Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, v. 34, n. 00, e023007, 2023. e-ISSN: 2236-0441
DOI: https://doi.org/10.32930/nuances.v34i00.10105 1
ABOUT ENTREPRENEURIAL PROTAGONISTS IN CLASSROOMS, OR A CRITICAL
ANALYSIS OF NEOLIBERAL TERMS IN EDUCATION
SOBRE PROTAGONISTAS EMPREENDEDORES NAS SALAS DE AULA, OU UMA
LEITURA CRÍTICA DE TERMOS NEOLIBERAIS NA EDUCAÇÃO
SOBRE LOS PROTAGONISTAS EMPRENDEDORES EN LAS AULAS O UNA
LECTURA CRÍTICA DE LOS TÉRMINOS NEOLIBERALES EN LA EDUCACIÓN
Ivan FORTUNATO1
e-mail: ivanfrt@yahoo.com.br
How to reference this article:
FORTUNATO, I. About entrepreneurial protagonists in
classrooms, or a critical analysis of neoliberal terms in education.
Nuances: Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, v. 34, n.
00, e023007, 2023. e-ISSN: 2236-0441. DOI:
https://doi.org/10.32930/nuances.v34i00.10105
| Submitted: 15/05/2023
| Revisions required: 22/07/2023
| Approved: 09/08/2023
| Published: 04/10/2023
Editors:
Profa. Dr. Rosiane de Fátima Ponce
Prof. Dr. Paulo César de Almeida Raboni
Deputy Executive Editor:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
1
Instituto Federal de São Paulo (IFSP), Itapetininga SP Brasil. Professor EBTT in the Coordenadoria de
Formação Pedagógica.
About entrepreneurial protagonists in classrooms, or a critical analysis of neoliberal terms in education
Nuances: Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, v. 34, n. 00, e023007, 2023. e-ISSN: 2236-0441
DOI: https://doi.org/10.32930/nuances.v34i00.10105 2
ABSTRACT: This text, written in the form of an essay, discusses the use of the terms
protagonism and entrepreneurship in education. It is argued that these concepts refer to
neoliberal principles that, when incorporated into education, reduce it to processes that serve to
maintain the status quo, normalizing utilitarian and competitive education. In this way, the need
to reject the ideas of entrepreneurial protagonists in education is presented. In its place,
cooperation and the vital inclusion of positive emotions in education are proposed, which
society neglects in the name of the self-responsibility of each one for their own successes or
failures, without distinction.
KEYWORDS: Education. Neoliberalism. Protagonism.
RESUMO: Este texto, escrito na forma de um ensaio, problematiza o uso dos termos
protagonismo e empreendedorismo na educação. Argumenta-se que esses conceitos remetem
a princípios neoliberais que, ao serem incorporados na educação, a reduzem a processos que
servem à manutenção do status quo, normalizando a educação utilitarista e competitiva. Dessa
maneira, apresenta-se a necessidade de se rejeitar as ideias de protagonistas empreendedores
na educação. Em seu lugar, propõe-se a cooperação e a inclusão vital de emoções positivas na
educação, as quais a sociedade pretere em nome da autorresponsabilização de cada um pelos
seus próprios sucessos ou fracassos, indistintamente.
PALAVRAS-CHAVE: Educação. Neoliberalismo. Protagonismo.
RESUMEN: Este texto, escrito en forma de ensayo, discute el uso de los términos
protagonismo y emprendimiento en la educación. Se argumenta que estos conceptos remiten a
principios neoliberales que, al ser incorporados a la educación, la reducen a procesos que
sirven para mantener el statu quo, normalizando la educación utilitaria y competitiva. De esta
forma, se presenta la necesidad de rechazar las ideas de los protagonistas emprendedores en
la educación. En su lugar se propone la cooperación y la vital inclusión de las emociones
positivas en la educación, que la sociedad descuida en nombre de la responsabilidad de cada
uno por sus propios éxitos o fracasos, sin distinción.
PALABRAS CLAVE: Educación. Neoliberalismo. Protagonismo.
Ivan Fortunato
Nuances: Studies on Education, Presidente Prudente, v. 34, n. 00, e023007, 2023. e-ISSN: 2236-0441
DOI: https://doi.org/10.32930/nuances.v34i00.10105 3
Preamble
This text is an essay on protagonism and entrepreneurship in education. Its writing has
a single objective: to reject the appropriation of the concepts of protagonism (student, youth,
child...) and entrepreneurship in education. These terms, deliberately driven by the neoliberal
system that organizes planetary life, have become commonplace in literature, documents and
discourses that address formal teaching and learning processes. And this is not new.
We return to the end of the last century, when the world was undergoing a radical
transformation in the means of communication, becoming effectively globalized. In this
context, explains Marrach (1996), education was already surrendering to neoliberal rhetoric by
granting its formative space in the following way: (i.) school education and academic research
would be tied to market needs; (ii.) educational institutions would become the main place of
dissemination of market ideological principles (competition, each for himself, profit, etc.); and
(iii.) schools would become customers of technology products and teaching materials produced
in and by the neoliberal system.
It is in this way, harshly and without the slightest indulgence, that formal education has
become host to a neoliberal ideology, which normalizes social inequalities. These inequalities
result from meritocracy, in which everyone is solely responsible for the successes and failures
in their own lives.
This writing arises precisely because I do not agree with this ideology. It is about
rehearsing arguments against the misappropriation of the ideas of protagonism and
entrepreneurship by formal education. In the end, it is hoped that the foundations presented here
will mobilize others, even denser, more substantiated and that also seek to counter the status
quo.
Rehearsing the rejection of neoliberal terms in education
Proto means the first, the main. Agon means struggle. Agonist, fighter.
Protagonist, literally, means the main fighter (COSTA, 2000 apud FIOREZE
et al., 2022, p. 702, our translation).
Regarding the concept of protagonism, it is notorious that its use in education does not
make sense and should be abolished, since its etymology presented in the epigraph; after all:
either education boils down to an individualized process, in which there is only one student, or
About entrepreneurial protagonists in classrooms, or a critical analysis of neoliberal terms in education
Nuances: Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, v. 34, n. 00, e023007, 2023. e-ISSN: 2236-0441
DOI: https://doi.org/10.32930/nuances.v34i00.10105 4
we cannot call everyone the main . In addition, it carries the idea of struggle, as if they were
fighting each other, leaving victors and defeated
2
.
We can consider another origin for the term, different from the one given in the
epigraph. According to Ferretti et al. (2004, p. 113, our translation): when turning to the
etymology of the term 'protagonism', it turns out that protagnistés meant the main actor of the
Greek theater, or the one who occupied the main place in an event. Considering that theater
is an art form that works with the allegorical representation of life, we can discard the idea of
protagonism in education, because it is about living life itself, in a concrete way, with all the
risks that being alive entails.
What we have similar in the two etymological definitions is the idea of a person being
the main one, the most important one, either in the fight or in the theater. One person. The others
are just supporting actors or mere extras. Hence the question: is this really what we want with
education, that each student sees himself as the most important fighter and the other people
(colleagues, teachers, coaches, administrators, family members...) as opponents or observers?
The text could even end here, because the message is given: there should be no
protagonism in education. However, questions remain: what is expected, then, when dozens of
protagonists and a teacher gather in a classroom? And we can go further, asking: what show
should these protagonists stage and for whom? We know the script: what is well described in
the national curriculum, detailed in the didactic material made available, with its (supposedly)
correct answers already noted in the teacher's book. Still, and perhaps more importantly, we can
ask: how did this idea come about, and why was it accepted and incorporated into education,
taken as legitimate in teaching and learning processes?
Returning to Ferretti et al. (2004), we find the hypothesis that there would be a semantic
problem in the use of the term protagonist in education, being used as a kind of synonym for
democratic participation. This means that the general idea of the term would not be that of its
etymology of fighter or main character, but that of a student who actively participates in an
educational process oriented by democracy. Recently, in a text written in collaboration, we
rejected this hypothesis of mere semantic error, stating that we do not believe in protagonism
in education; we are people living in a complex world, not characters in a neoliberal allegory
(FORTUNATO et al., 2022, p. 8, our translation).
2
It is important to note that the use of masculine nouns is only intended to make writing and reading more fluid.
It is not an exclusion, on the contrary, because it is intended that all people feel contemplated in the text.
Ivan Fortunato
Nuances: Studies on Education, Presidente Prudente, v. 34, n. 00, e023007, 2023. e-ISSN: 2236-0441
DOI: https://doi.org/10.32930/nuances.v34i00.10105 5
Our rejection of the semantic error hypothesis is due to the main fact that the idea of
centrality to each person in life processes is the basis of neoliberal discourse, so its use in
education would not be mere chance or something refractory to an incorrect use of the term.
This means that protagonism is part of a set of ideas and attitudes that foresee individualism
and individual responsibility for possible (and inherent) failures in the current social system.
Entrepreneurship is part of this list of neoliberal terms, almost always accompanied by
innovation. While the academic literature, according to Souza (2023), still presents
uncertainties and digressions about the meaning of entrepreneurship, the internet has already
appropriated the term well: a simple search on the search engine reveals several virtual sites
that, practically in consonance, say that the entrepreneur is a person who, on a private initiative,
starts a business selling products or services. One of the definitions found on one of the
numerous sites
3
is quite clear: undertaking depends on the 'I', therefore, on the action of a
person .
And it is precisely because the world is increasingly turning to the self, practically
inhibiting collective, cooperative and democratic processes, that entrepreneurship is
accompanied by innovation. There are so many people undertaking, that the discourse also
needed to adapt to the context, imposing on people who depend only on themselves in their
enterprises that, in order to remain, it is necessary to do differently to stand out. It is possible to
see the effect of this innovative entrepreneurship in the words of Souza (2023):
One of the main reasons that can be attributed to this entrepreneurial escalation
is its use as a policy for the creation of increasingly autonomous and
independent citizens, that is, people increasingly self-responsible with the
awareness that they must undertake to achieve both personal and professional
goals (SOUZA, 2023, p. 76, my emphasis, our translation).
In the passage quoted, the author emphasizes the words autonomous and independent
by putting them in quotation marks. It seems that these are those sarcastic quotation marks, used
to qualify things with irony, skepticism and/or to indicate contradiction. In the case of the
autonomous and independent predicates used in the quotation, the case seems to be all of these
at the same time; that is, an irony, a demonstration of skepticism and the identification of a
contradiction.
The irony lies in the observation that there is a discourse of autonomy and independence
governing the neoliberal system, but while such words proclaim this individual freedom, the
3
Direct link: https://g4educacao.com/glossario/significado-empreendedorismo. Access: 10 Mar. 2023
About entrepreneurial protagonists in classrooms, or a critical analysis of neoliberal terms in education
Nuances: Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, v. 34, n. 00, e023007, 2023. e-ISSN: 2236-0441
DOI: https://doi.org/10.32930/nuances.v34i00.10105 6
system operates by making people increasingly dependent on the system itself. Hence the
skepticism: one cannot believe that the excess of entrepreneurs in the world is the realization
of a project of freedom and equality; much less of fraternity.
So, the contradiction is clear: becoming an entrepreneur, in this world of individual
projects, of every man for himself, is often not a choice. In many cases, it is the only option for
survival. In this sense, there is no autonomy at all, because entrepreneurship, this individual
attitude of employing oneself, is not a choice of a way of life. Just as there is no independence;
on the contrary, because by undertaking as the only alternative, the person remains totally
dependent on his enterprise, which, in turn, is subject to the conditions of the system.
This leads to the term highlighted by me in the quote: self-responsibility. This means
that the autonomy and freedom gained by the protagonism of the entrepreneurial self leads to
the responsibility of oneself for failure or success by one's individual attitude. Of course, the
idea of failure or success is circumstantial, however, in our system it means, respectively,
closing the enterprise for lack of resources or prospering financially.
It is thanks to this perspective of self-responsibility that education is so fond of talking
about protagonism. This is because, when an entrepreneurial person prospers, it can be said that
the reasons for such a fertile situation was the fact that he or she made a copious effort to
appropriate the skills provided during the years of study, therefore, success is the result of an
excellent quality education. On the other hand, when there is failure, there is nothing to regret,
except for the very unwillingness to assimilate everything that was delivered in school banks.
In short, the protagonism implemented from childhood, which runs throughout schooling, tends
towards entrepreneurship.
The words of Vicentin and Silveira (2021) could well capture this relationship between
protagonism in school and inevitable entrepreneurship. According to the authors,
[...] by proposing that students, via educational policy, assume the
protagonism of their lives and become responsible for the development of
their projects and dreams, that they take responsibility for the chosen
trajectory, State and school act and subjectively produce subjects who,
immersed in a neoliberal reason, must act as companies, must constitute
themselves as entrepreneurs of themselves, because this is the world and the
challenges of the contemporary that the proposal of a new school presents and
represents (VICENTIN; DA SILVEIRA, 2021, p. 32, our translation).
It is evident in the quote that the protagonism arrives at the school for the neoliberal
reason. In Brazil, this reason enters the school through our National Common Curricular Base
(BRASIL, 2018), better known as BNCC. A document that should guide actions, it is taken as
Ivan Fortunato
Nuances: Studies on Education, Presidente Prudente, v. 34, n. 00, e023007, 2023. e-ISSN: 2236-0441
DOI: https://doi.org/10.32930/nuances.v34i00.10105 7
a rule for the elaboration of teaching material, municipal and state curricula, large-scale
assessments and teacher training.
In this document, the term protagonism appears 46 times throughout the text
(protagonist appears nine times), and the itineraries must guarantee the appropriation of
cognitive procedures and the use of methodologies that favor youth protagonism (BRASIL,
2018, p. 478, our translation). Although the Base does not focus on defining protagonism, there
are cases where it seems to be synonymous with autonomy, but there are others where it appears
alongside autonomy, implying that it is something else; this appears, for example, in this excerpt
on literacy: [...] learning to read and write offers students something new and surprising: it
expands their possibilities of [...] participating with greater autonomy and protagonism in social
life (BRASIL, 2018, p. 63, our translation). In other cases, the word only appears as an adverb,
without clarifying exactly what is proposed, as, for example, when it is stated that [...] the act
of writing is also conceived as a social practice [...], giving students the opportunity to act with
protagonism(BRASIL, 2018, p. 244, our translation).
Words related to the action of undertaking appear only five times, appearing for the first
time in one of the objectives of secondary education, called basic preparation for work and
citizenship (BRASIL, 2018, p. 465, our translation). The Base considers that the school, in
order to achieve this objective, must provide a culture favorable to the development of
attitudes, skills and values that promote entrepreneurship [...] provide support for young people
so that [...] they develop an entrepreneurial, ethical and responsible attitude to move in the world
of work and in society in general.
In addition, although little mentioned in the Base, entrepreneurship is highlighted, being
one of the so-called structuring axes of the training itineraries proposed by the document, being
IV - entrepreneurship: it supposes the mobilization of knowledge from different areas for the
formation of organizations with varied missions aimed at the development of innovative
products or services with the use of technologies (BRASIL, 2018, p. 479, our translation).
To put it bluntly: the BNCC recognizes that educational processes must provide
opportunities for the establishment of protagonists (each one being the fighter or main character
and their colleagues and teachers the supporting and extras), because in the end it will really be
every man for himself, facing each other in the competitive market of innovative entrepreneurs.
Success will be achieved by those who make good use of the skills offered during the years of
schooling. Failure will only be the self-responsibility of each protagonist, who did not want to
take advantage of the years of study.
About entrepreneurial protagonists in classrooms, or a critical analysis of neoliberal terms in education
Nuances: Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, v. 34, n. 00, e023007, 2023. e-ISSN: 2236-0441
DOI: https://doi.org/10.32930/nuances.v34i00.10105 8
In contrast to protagonism and entrepreneurship, cooperation is used 13 times in the
BNCC. Cooperation has its origin in the Latin cooperare, which means to work together; in the
online dictionary, its definition is practically exhausted in itself, being understood as helping
other people, doing things together, etc. In this sense, while protagonizing is to take a prominent
place (in a fight or in a staging) and entrepreneurship is the action of one person, cooperation
implies acting together, therefore, one does not cooperate alone nor is there a figure of the most
important. As Frantz (2001, p. 242, our translation) put it well: I will define cooperation as a
social process, based on associative relationships, on human interaction, by which a group of
people seeks to find answers and solutions to their common problems, to realize common goals
[...].
Of the few mentions of cooperation, five appear alongside conflict resolution , two
others appear as international political and economic alliance and another appears in a list of
skills, alongside autonomy and entrepreneurship. When it is mentioned in the sports thematic
unit, in the section on Physical Education, cooperation becomes a criterion of internal logic, as
well as interaction with the opponent. In this sense, it is observed that the cooperation expressed
in the Base, is not understood as the previous definition given by Frantz (2001), but a skill
apparently without ballast in its etymology of collaborating, assisting, working together...
Thus, in addition to presenting this disproportion between the individual nouns
(protagonism and entrepreneurship) and the collective (cooperation), the BNCC ignores,
throughout its six hundred pages, the word happiness. This means that, at no point in the text,
does the idea arise that schooling should be a process that aims to promote happiness in our
society, nor that people could at least consider the hypothesis that planetary life tends to be
happy. It is thus characterized that the important thing is that each of the protagonists takes the
part that belongs to him in the system, being self-responsible for his entrepreneurial share.
The document also disregards the possibility of joy, except in the first sentence of the
presentation, being the feeling recorded by the then minister of education, when publishing the
BNCC. Other positive emotions such as hope, love, affection and fraternity are ignored by the
Base, except with another mention in contexts that do not deal with these feelings in educational
processes. After all, a top fighter should not even show such feelings, except perhaps joy when
defeating his opponents.
I have already written about how the school works with this mismatch between leading
a world of individual endeavors and being happy in a place of cooperation (FORTUNATO,
2021). In this writing, I made a fractional reading of the classic film Dead Poets Society,
Ivan Fortunato
Nuances: Studies on Education, Presidente Prudente, v. 34, n. 00, e023007, 2023. e-ISSN: 2236-0441
DOI: https://doi.org/10.32930/nuances.v34i00.10105 9
focusing on the contrast between the pillars of excellent education at the fictional college where
the plot unfolds, and the absence of joy and happiness in its students. The fictional school in
the film only dramatized the reality experienced by students around the world, as seen in our
current BNCC and in the most general expectations about school education, that is: a school
that must prepare its students for the future, even aware that this preparation is belligerent and
exclusionary, strengthening the status quo.
The movie also reveals to us that confronting the system by going against it is an
excellent way to strengthen the system itself by making the one who offers resistance wrong.
Thus, what is left to the school are the pillars of quality education: tradition, honor, discipline
and excellence. Joy, happiness, affection, hope, cooperation, etc., therefore, do not enter the
classrooms, as they are not considered pillars of excellent education.
Thus, I dare say that happiness only becomes a pillar of an education that cares little
whether it is of excellence or not. Such places exist, but they are very rare. In particular, I know
only the Summerhill school, established by Alexander S. Neill in Suffolk, England, where there
are three pillars that have supported his way of working since its foundation in 1921: freedom,
self-government and happiness. I have already written about these pillars in a laudatory text,
celebrating the school's 100th birthday (FORTUNATO; PORTO, 2023).
The pillars of the concrete and centenary Summerhill school are diametrically different
from the pillars of the allegorical school in the movie - although the school in the movie
represents in a more concrete way the general idea of the objectives of formal education, offered
in schools and universities, practically all over the planet. While one has as its purpose
collective life, the discovery of oneself and respect for others and the place where one lives, the
other only aims at the repetition and strengthening of a society where each one is the protagonist
of his own enterprise. While Summerhill was founded with community life in mind, the
traditional school of excellence thinks about individual results, cheering on its best
fighters/actors.
To me, which path is better seems obvious. Nevertheless, the daily life seen and lived,
public policies and even the most generalized conception of society about education, show that
the route of tradition, honor, discipline and excellence is the one that continues to be
increasingly strengthened.
About entrepreneurial protagonists in classrooms, or a critical analysis of neoliberal terms in education
Nuances: Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, v. 34, n. 00, e023007, 2023. e-ISSN: 2236-0441
DOI: https://doi.org/10.32930/nuances.v34i00.10105 10
Prologue
Everything is happening as if we have gone from a school that is very
dependent on a very narrow cultural nationalism to a school that is corroded
by utilitarian egoism. This conception of education that dominates today is an
integral part of the vision of a humanity composed of small soldiers of the
world economic war (LAVAL, 2004, p. 322, our translation).
To conclude this writing, I share and agree with the words quoted in the epigraph. The
students qualified as little soldiers, that is, the protagonists, each one being the most important
fighter, each one as the main character of a neoliberal spectacle promoted in and by society.
These small soldiers face each other in this economic war through the tools acquired throughout
life, in which each one builds his headquarters, or rather, in his innovative individual enterprise.
As a consequence of every war, there is much damage, just as there are those who lose
and those who win.... And in economic warfare, they say, winning or losing is only the result
of one's own effort; that is, each is self-responsible for his success or failure.
Education does nothing to change course. On the contrary, it continues to strengthen the
status quo.
This is exactly what Silva, Moura and Brunet (2023, p. 13, our translation) recorded,
the undisguised advance of market interests in the construction of curricula, teaching
methodologies, teacher training, management and school financing , are reflections of the
invasive way of neoliberalism to education. Next, as a negative side effect, they state:
education loses its transformative and critical capacity, in view of the unrestricted service to
market designs and the development of human capital .
Here, in this text, I sought to highlight two neoliberal mantras, whose excessive use in
education has apparently already become an order. To reiterate: protagonism and
entrepreneurship. These concepts are popularized in curriculum documents, which, although
they are presented as guides, are prescriptive doctrines followed with conviction by all spheres
of education. They come to us, teachers, with the seal comply.
When daring to contradict the compass of entrepreneurial protagonism, the system soon
responds with censorship; in case of recurrence, punishment. Responses are swift to the
audacity of confronting the established order, which is accepted by practically the whole of
society. There is no room for utopia, for affections, for cooperation or for hope. In fact, this was
worked on in another text, which addressed how education has served to propagate evils in our
psyche, preventing the understanding of our way of life from being less rational and more
affective, less pragmatic and more subjective (RODRÍGUEZ; FORTUNATO, 2021).
Ivan Fortunato
Nuances: Studies on Education, Presidente Prudente, v. 34, n. 00, e023007, 2023. e-ISSN: 2236-0441
DOI: https://doi.org/10.32930/nuances.v34i00.10105 11
Therefore, in the end, even aware that all the elucidation brought here is nothing more
than a rhetorical exercise in the face of the utilitarian, pragmatic, economic, skeptical and
disenchantment context that we live in, there is the feeling that enunciating all this is necessary.
Pointing out different paths from what is set, I think, is a double way of resisting and hoping.
Resisting against a world of main soldiers of the silent but lethal economic war. To hope for a
world of affection and cooperation. Who knows, maybe education will soon be on that path!
REFERENCES
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, DF: MEC,
2018.
FERRETTI, C. et al. Protagonismo juvenil na literatura especializada e na reforma do ensino
médio. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 34, n. 122, p. 411-423, 2004. DOI:
10.1590/S0100-15742004000200007.
FIOREZE, C. et al. Um documento para chamar de nosso: refletindo o protagonismo
estudantil a partir da experiência de uma universidade comunitária. Avaliação, Campinas;
Sorocaba, v. 27, n. 03, p. 695-713, 2022. DOI: 10.1590/S1414-40772022000300016.
FORTUNATO, I. et al. Educação Decolonial Planetária em três aforismos. EduSer,
Bragança, v. 1, n. 1, p. 1-11, 2022. DOI: 10.34620/eduser.v1i1.219.
FORTUNATO, I. Educação e o tempo presente: menos carpe diem, mais alegria na escola.
Quaestio, Sorocaba, v. 23, n. 1, p. 199-209, 2021. DOI: 10.22483/2177-
5796.2021v23n1p199-209.
FORTUNATO, I.; PORTO, M. do R. S. Das inspirações de A. S. Neill ao centenário de
Summerhill: liberdade, autogoverno e felicidade. Revista História da Educação, São
Leopoldo, v. 27, e125048, 2023. DOI: 10.1590/2236-3459/125048.
FRANTZ, W. Educação e cooperação: práticas que se relacionam. Sociologias, Porto Alegre,
v. 3, n. 6, p. 242-264, 2001. DOI: 10.1590/S1517-45222001000200011.
LAVAL, C. A escola não é uma empresa: o neoliberalismo em ataque ao ensino público.
Londrina: Editora Planta, 2004.
MARRACH, S. A. Neoliberalismo e educação. In: SILVA JR., C. A. et al. (org.). Infância,
educação e neoliberalismo. São Paulo: Cortez, 1996. p. 42-56
RODRÍGUEZ, M. E.; FORTUNATO, I. Males de la psique en la educación: urgencia en el
re-ligar del pensamiento. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara,
v. 16, n. 3, p. 1754-1774, 2021. DOI: 10.21723/riaee.v16i3.15195.
About entrepreneurial protagonists in classrooms, or a critical analysis of neoliberal terms in education
Nuances: Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, v. 34, n. 00, e023007, 2023. e-ISSN: 2236-0441
DOI: https://doi.org/10.32930/nuances.v34i00.10105 12
SILVA, F. V. da; MOURA, T. S. de; BRUNET, P. D. de M. Sob a bandeira neoliberal:
Exame de propostas para a educação em postagens de candidatos do partido novo no
Instagram. Nuances: Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, v. 34, e023003, 2023.
DOI: 10.32930/nuances.v34i00.9779.
SOUZA, H. C. O Empreendedorismo e suas principais vertentes teóricas: uma visão crítica.
Revista Estudos e Pesquisas em Administração, Rondonópolis, v. 7, n. 1, p. 71-98, 2023.
DOI: 10.30781/repad.v7i1.14558.
VICENTIN, M.; DA SILVEIRA, C. R. Projeto de vida do Programa Ensino Integral:
Protagonismo neoliberal. Revista Interedu, Osorno, v. 5, n. 11, p. 11-39, 2021. DOI:
10.32735/S2735-65232021000596.
CRediT Author Statement
Acknowledgements: Not applicable.
Funding: Not applicable.
Conflicts of interest: Not applicable.
Ethical approval: Not applicable.
Availability of data and materials: Not applicable.
Author contributions: Individual authorship.
Processing and editing: Editora Ibero-Americana de Educação.
Proofreading, formatting, standardization and translation.