Nuances: Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, v. 34, n. 00, e023003, 2023. e-ISSN: 2236-0441
DOI: https://doi.org/10.32930/nuances.v34i00.9779 1
SOB A BANDEIRA NEOLIBERAL: EXAME DE PROPOSTAS PARA A EDUCAÇÃO
EM POSTAGENS DE CANDIDATOS DO PARTIDO NOVO NO INSTAGRAM
BAJO LA BANDERA NEOLIBERAL: EXAMEN DE PROPUESTAS PARA LA
EDUCACIÓN EN PUBLICACIONES DE CANDIDATOS DEL PARTIDO NUEVO EN
INSTAGRAM
UNDER THE NEOLIBERAL FLAG: EXAMINATION PROPOSALS FOR EDUCATION
IN POST OF THE NEW PARTID CANDIDATES ON INSTAGRAM
Francisco Vieira da SILVA1
e-mail: francisco.vieiras@ufersa.edu.br
Thâmara Soares de MOURA2
e-mail: thamara.soares068@gmail.com
Patrícia Diógenes de Melo BRUNET3
e-mail: patricia.melo@ifpb.edu.br
Como referenciar este artigo:
SILVA, F. V.; MOURA, T. S.; BRUNET, P. D. M. Sob a bandeira
neoliberal: Exame de propostas para a educação em postagens de
candidatos do partido Novo no Instagram. Nuances: Estudos sobre
Educação, Presidente Prudente, v. 34, n. 00, e023003, 2023. e-
ISSN: 2236-0441. DOI:
https://doi.org/10.32930/nuances.v34i00.9779
| Submetido em: 10/09/2022
| Revisões requeridas em: 15/11/2022
| Aprovado em: 20/12/2022
| Publicado em: 09/06/2023
Editores:
Profa. Dra. Rosiane de Fátima Ponce
Prof. Dr. Paulo César de Almeida Raboni
Editor Adjunto Executivo:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
1
Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Caraúbas RN Brasil. Docente do Departamento de
Linguagens e Ciências Humanas (DLCH).
2
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), Pau dos Ferros RN Brasil. Doutoranda do Programa
de Pós-Graduação em Letras (PPGL).
3
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do estado da Paraíba (IFPB), Sousa PB Brasil. Docente
do IFPB. Mestra em Ensino pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN).
Sob a bandeira neoliberal: Exame de propostas para a educação em postagens de candidatos do partido Novo no Instagram
Nuances: Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, v. 34, n. 00, e023003, 2023. e-ISSN: 2236-0441
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RESUMO: O intuito deste artigo consiste em examinar propostas para a educação de
candidatos do partido Novo, a partir da análise do discurso de postagens publicadas no
Instagram. Visa-se, com isso, investigar como essas propostas ancoram-se em relações de saber
e de poder, as quais encontram-se atreladas à racionalidade neoliberal. Para isso, o foco de
análise repousa sobre quatro postagens veiculadas no perfil do Instagram de candidatos do
Partido Novo. O estudo segue uma abordagem descritivo-interpretativa de viés qualitativo. A
fim de subsidiar as análises, valem-se das teorizações de Foucault (2008; 2009; 2010), de
Dardot e Laval (2016) e de Laval (2004) e Sargentini (2015; 2017). O exame das propostas
permite identificar as implicações da racionalidade neoliberal, a partir da priorização do
mercado e do setor privado, por meio de práticas como a premiação dos “melhores” alunos e
professores.
PALAVRAS-CHAVE: Discurso político. Educação. Neoliberalismo.
RESUMEN: El propósito de este artículo consiste en examinar propuestas para la educación
de candidatos del partido Novo, a partir del análisis del discurso de publicaciones publicadas
en Instagram. Con ello se pretende investigar cómo esas propuestas se basan en relaciones de
saber y de poder, las cuales se encuentran vinculadas a la racionalidad neoliberal. Para ello,
el foco de análisis reposa sobre cuatro publicaciones vehiculadas en el perfil de Instagram de
los candidatos del Partido Nuevo. El estudio sigue un enfoque descriptivo-interpretativo de
sesgo cualitativo. Con el fin de subsidiar los análisis, se valen de las teorizaciones de Foucault
(2008; 2009; 2010), Dardot y Laval (2016), de Laval (2004) y de Sargentini (2015; 2017). El
examen de las propuestas permite identificar las implicaciones de la racionalidad neoliberal,
a partir de la priorización del mercado y del sector privado, por medio de prácticas como la
premiación de los "mejores" alumnos y profesores.
PALABRAS CLAVE: Discurso político. Educación. Neoliberalismo.
ABSTRACT: The purpose of this article is to examine New Party candidates proposals for the
education, based on the discourse analysis of posts published on Instagram. With this, we aim
to investigate how these proposals are anchored in relations of knowledge and power, which
are linked to neoliberal rationality. For this, the focus of analysis rests on four posts aired on
the Instagram profile of Partido Novo candidates. This study follows a descriptive-
interpretative approach with qualitative bias. Thus, in order to subsidize the analyzes, we use
of Foucault's (2008; 2009; 2010), Dardot and Laval (2016), Laval (2004) ad of Sargentini
(2015; 2017). The examination of the proposals makes it possible to identify the implications
of neoliberal rationality, based on the prioritization of the market and the private sector,
through practices such as the awarding of the “best” students and teachers.
KEYWORDS: Political discourse. Education. Neoliberalism.
Francisco Vieira da SILVA; Thâmara Soares de MOURA e Patrícia Diógenes de Melo BRUNET
Nuances: Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, v. 34, n. 00, e023003, 2023. e-ISSN: 2236-0441
DOI: https://doi.org/10.32930/nuances.v34i00.9779 3
Introdução
No ocaso do primeiro turno das eleições municipais de 2020, cujo pleito ocorreu no dia
15 de novembro, circularam nas redes sociais digitais certos discursos, de teor sarcástico e
irônico, acerca do fato de o partido Novo não ter elegido nenhum candidato para prefeito nas
cidades em que disputou. Alguns desses discursos se constituíam parafrasticamente nos
seguintes moldes: O Novo não fez nenhum prefeito no primeiro turno das eleições. Está na
hora de rever o core business e o benchmarking. O uso de termos em inglês que nos remetem
ao universo empresarial e corporativo e significam respectivamente, a parte central de um
negócio e o processo avaliativo que compara o desempenho de empresas, leva-nos a pensar
sobre imagens socialmente constituídas acerca dessa legenda. Nessa perspectiva, o desempenho
insuficiente nas urnas estaria fortemente aliado a questões concernentes ao campo do
planejamento técnico empresarial. No limite, ressoam dizeres irônicos segundo os quais o
partido não teria sido eficaz o suficiente e, por uma questão meritocrática, não mereceu alcançar
o objetivo de eleger prefeitos.
Partindo dessas questões, o intuito consiste em examinar propostas para a educação de
candidatos do partido Novo, por meio da análise do discurso de postagens publicadas no
Instagram de tais candidatos. Visamos, com isso, investigar como essas propostas ancoram-se
em relações de saber e de poder, as quais encontram-se atreladas à racionalidade neoliberal.
O trabalho se mostra relevante porque é sabido que as inflexões do neoliberalismo no
campo educacional no Brasil não emergem através das pretensões do partido Novo, tendo em
vista, desde os anos de 1990, a inserção do capital internacional na constituição de documentos
orientadores de parâmetros curriculares e, mais recentemente, pudemos notar os reflexos disso
na formulação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) (BRASIL, 2018) e do Novo
Ensino Médio (BRASIL, 2017). Ademais, no governo de Jair Bolsonaro (2019-2022), o
ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou, em discurso no Fórum Econômico Mundial, em
Davos, em janeiro de 2020, que elaboraria um gigantesco programa de distribuição de vouchers
para a educação infantil.
Nessa medida, as famílias receberiam recursos financeiros para investir na educação dos
filhos, tendo, portanto, a “liberdade” de escolher a instituição de ensino em que matriculariam
as crianças. O mesmo ministro tentou, sem êxito, inserir essa pauta na votação da Proposta de
Emenda à Constituição (PEC) do novo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação
Básica e de Profissionais da Educação (Fundeb), em julho de 2020. Esses anseios seguem a
cartilha neoliberal, na medida em que flertam com o setor privado e destitui o setor público de
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suas obrigações, sob o argumento de que as famílias teriam o poder decisório de aplicar os
recursos no desenvolvimento do capital humano dos filhos.
Mas, o que queremos argumentar aqui é o fato de o partido Novo, grosso modo, defender
com maior veemência o modus operandi do regime de verdade do neoliberalismo,
diferentemente de outros partidos, os quais o fazem de maneira mais velada, por assim dizer.
Para isso, o foco de análise repousa sobre quatro postagens veiculadas no perfil do Instagram
dos seguintes candidatos do Partido Novo: a) Charbel Maroun, candidato à prefeitura de
Recife/PE; b) Orlando Silva Neto, candidato à prefeitura de Florianópolis/SC; c) Paulo
Henrique Grando, candidato à prefeitura de Cuiabá/MT; d) Guto Scarpatini, candidato à
prefeitura de Campo Grande/MS. A escolha por esses perfis deu-se em função de estes
apresentarem as propostas para a educação, considerando as especificidades da política nas
redes sociais digitais.
Sobre a metodologia, ressaltamos que este estudo segue uma abordagem descritivo-
interpretativa de viés qualitativo. A fim de subsidiar as análises, buscamos respaldo nas
teorizações de Foucault (2008; 2009; 2010) a respeito do discurso, do enunciado, do poder, do
saber e do neoliberalismo, na articulação com os estudos de Dardot e Laval (2016) e de Laval
(2004) sobre os impactos da racionalidade neoliberal no campo da educação, bem como na
abordagem de Sargentini (2015; 2017) acerca do discurso político nas redes sociais.
Do ponto de vista da organização do texto, vale frisar que se encontra estruturado no
seguinte formato: na seção seguinte, refletimos acerca dos conceitos de discurso, de enunciado,
de poder, de saber e de neoliberalismo, além de um enfoque dedicado ao discurso político.
Posteriormente, analisamos as quatro materialidades discursivas coletadas nos perfis de
candidatos do partido Novo no Instagram, levando em conta as ponderações empreendidas no
tópico anterior. Finalmente, na última seção, fazemos um apanhado dos principais aspectos
discutidos no decorrer deste escrito.
Do discurso ao neoliberalismo
O pensador francês Michel Foucault deixou como legado uma prolífica obra intelectual
que atravessa uma miríade de campos do saber. Frente à diversidade de temáticas abordadas,
algumas regularidades podem ser notadas, as quais permitem dividir, ainda que existam
controvérsias, a obra desse autor em três momentos, conforme propostos, dentre alguns autores,
por Gregolin (2016), a saber: a) arqueologia o autor pesquisou a formação de um saber que
engendrou as Ciências Humanas, a partir de livros que problematizaram questões como a
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loucura, a medicina e certos campos do trabalho, da linguagem e da vida; b) genealogia
Foucault ponderou a objetivação do sujeito, tendo como base de ancoragem a analítica do poder
e as chamadas práticas divisoras que classificam e escandem os sujeitos, por meio de
dispositivos de saber e poder; c) ética e estética da existência o pensador analisou como os
modos de subjetivação dos sujeitos, através de técnicas de si e estratégias de
governamentalidade.
O que se pode constatar a partir desse breve inventário é a presença constante do sujeito
nas abordagens do autor. Segundo Foucault (1995), o tema geral que atravessar a
heterogeneidade de seus estudos recobre o sujeito e as relações que este estabelece com o saber
(arqueologia), com o poder (genealogia) e consigo mesmo (ética e estética).
Os apontamentos realizados por Foucault (2010) na obra Arqueologia do Saber,
publicada inicialmente em 1969, fornecem-se subsídios analíticos para pensarmos a
constituição dos discursos na relação com a história e com a formação dos saberes. Para isso,
Foucault (2010) propõe o método arqueológico, segundo o qual é possível investigar as
diferentes camadas que compõem os saberes que objetivam o homem, os quais vêm à lume por
meio dos discursos. O autor francês concebe o discurso como uma prática que constrói os
objetos de que fala e como um conjunto de enunciados que advêm de uma mesma formação
discursiva. Enquanto esta última circunscreve as regularidades a serem flagradas no interior de
um regime de dispersão enunciativa, o enunciado, por seu turno, é compreendido como o átomo
do discurso, a unidade mínima de análise, “[...] como um grão que aparece na superfície de um
tecido de que é parte constituinte” (FOUCAULT, 2010, p. 90).
A existência do enunciado, de acordo com Foucault (2010), comporta as seguintes
propriedades: i) referencial concerne às leis de possibilidade, às regras que fazem emergir
determinados objetos de discurso; ii) posição de sujeito o enunciado mantém uma relação
singular com o sujeito que enuncia, mas que não se reduz ao sujeito empírico, ao sujeito autor
e/ou gramatical, mas, uma posição vazia que pode ser ocupada por variados indivíduos; iii)
domínio associado diz respeito a uma rede enunciativa por meio da qual os enunciados
relacionam-se entre si, tanto no que toca a enunciados já existentes, quanto aos que ainda estão
por vir; iv) materialidade repetível o enunciado carece de um suporte, um lugar, uma data e
um suporte institucional.
Assim percebido, o enunciado constitui, a um tempo, uma função que cruza
diferentes domínios e representa a condição de existência dos signos. Para descrever essa
função, Foucault (2010) postula a observância de alguns princípios, quais sejam: a) princípio
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da raridade consiste em detalhar o enunciado como algo raro no interior das coisas
efetivamente ditas, ou seja, se nem tudo pode ser dito em qualquer momento, o enunciado
apresenta a característica singular diante do que pode ser discursivizado numa língua; b)
princípio da exterioridade refere-se ao fato de que o enunciado irrompe num lugar e num
tempo específico e convém especificar como se manifesta a enunciação, sem se remeter a um
cogito ou a uma consciência transcendental; c) princípio do acúmulo possibilita rastrear as
transformações por que passam o enunciado no decorrer do tempo, de maneira a atentar para
os mecanismos que permitem a conservação, o agrupamento e a recorrência de determinados
enunciados; d) princípio da positividade quando se considera os princípios anteriores, chega-
se finalmente à positividade do enunciado, quer dizer, às modalidades que permitem selecionar
certos tipos de escolhas temáticas, regularidades e objetos discursivos integrantes de uma dada
formação discursiva.
O campo enunciativo, segundo Foucault (2010), ancora-se em saberes a serem
concebidos como tudo que pode ser dito no interior de uma prática discursiva. Tendo em vista
que a prática discursiva constitui-se por um conjunto de regras históricas e anônimas que
definem as condições de exercício da função enunciativa, o saber é determinado pelos novos
objetos que surgem no âmbito das continuidades e descontinuidades históricas. Ao pensar o
saber mais como uma posição e menos como uma especificidade da ciência, Foucault (2010, p.
221) defende que o saber não está se configurando somente em demonstrações, mas “pode estar
também em ficções, narrativas, regulamentos, decisões políticas”. Para tanto, o autor
exemplifica o fato de o saber da psiquiatria, em meados do século XIX, não se reduzir à soma
do que se acreditava que fosse verdadeiro, senão o conjunto estratégico de condutas, de
singularidades e desvios acerca daquilo que é possível falar no âmbito do discurso psiquiátrico.
Quando Foucault (2010) reflete sobre o saber para além das verdades cientificamente
emolduradas, põe em relevo uma perspectiva de análise que dialoga com os pressupostos
nietzschianos acerca da genealogia. Para o filósofo alemão, a genealogia rejeita os começos e
as origens e busca, sobretudo, os cortes, as descontinuidades e as rupturas. Seguindo essa visão,
a genealogia possibilita entrever o funcionamento dos saberes a partir das disjunções, dos
mecanismos de submissão e de dominação e das estratégias de poder. De acordo com Foucault
(2006), isso significa pensar o papel desempenhado pelo discurso no esteio de um sistema
estratégico em que o poder está implicado, atuando de maneira positiva.
O poder, conforme o autor francês, não é a origem ou a causa do discurso, mas, sim,
algo que atravessa e opera por meio do discurso. A concepção de poder na teoria foucaultiana
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difere sobremaneira de outras percepções até então assentadas em diferentes campos do saber,
como, por exemplo, na cosmovisão marxista, na qual o poder confunde-se com os mecanismos
de exploração e se centra sob a hegemonia do Estado e do capital, bem como na percepção dos
contratualistas, para quem o poder obedece a rigorosos mecanismos de posse e/ou destituição
e modelos jurídicos, os quais, conforme a leitura de Fonseca (2011), são instrumentos
insuficientes para examinar as relações de poder as quais o sujeito está preso.
Contrariamente a tais compreensões, o poder sob o entendimento foucaultiano não se
encontra localizado numa instituição específica nem representa uma verticalidade nas relações
sociais, porquanto o poder está pulverizado por todo o corpo social e transversaliza todas as
ações de homens livres. A ideia de um poder microfísico, desse modo, irá afastar a analítica do
poder em Foucault de uma construção epistemológica na qual o poder é visto como um
mecanismo universalizante, repressivo e ameaçador. Além disso, trata-se de uma forma de
enxergar o poder como algo que incita, produz e engendra saberes e comportamentos. Para
Foucault (1999), o poder relaciona-se com o saber de modo congênito. Segundo o autor, “[...]
não relação de poder sem correlata de um campo de saber, nem saber, nem saber que não
suponha ou não constitua ao mesmo tempo relações de poder” (FOUCAULT, 1999, p. 270).
No decurso da trajetória intelectual de Foucault, a partir do final dos anos de 1970 e
início da década seguinte, o filósofo francês, nos cursos ministrados no Còllege de France,
postumamente publicados com os títulos Em defesa da sociedade, Segurança, Território e
População, Nascimento da biopolítica, Governo de si e dos outros e O governo dos vivos,
investiga diferentes artes de governar que dão a ver as ligações existentes entre o poder, o saber
e a verdade naquilo que ele denominou de governamentalidade. Na esteira foucaultiana, esse
termo é plurissignificativo e designa, a um tempo, o conjunto de técnicas, procedimentos e
táticas que tomam a população como o alvo do poder, a partir dos saberes da economia política
e os instrumentos do dispositivo de segurança, a tendência ocidental que leva a esse tipo de
poder a ultrapassar outros modos de governo, como a soberania; além disso, corresponde ao
resultado de processos pelos quais passou a concepção de Estado da Alta Idade Média e do
Estado Administrativo dos séculos XV e XVI (FOUCAULT, 2008a). Especificamente em
Nascimento da biopolítica, as teorizações centram-se sobre os impactos provenientes do
liberalismo e, posteriormente, do neoliberalismo americano, na configuração da política e na
gestão da população.
Assim, Foucault (2008b) começa as reflexões sobre o neoliberalismo, discorrendo sobre
como o mercado se constitui como uma espécie de prática que passa a interferir, de maneira
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fulcral, nas práticas de governo e em que medida os saberes do liberalismo emergem por meio
dessa redefinição das relações de força nas artes de governar. O mercado é concebido, pelo
pensador francês, como um lugar de veridicção, ou seja, como um ente que produz uma
verdade/falsidade, assinalado por um regime de trocas a redesenhar a prática governamental e
o poder público. Em suma, o mercado empreende uma nova razão governamental que
estabelece os limites por meio dos quais o Estado pode ser útil. Segundo Foucault (2008),
historicamente falando, isso ocorre através de mutações importantes desencadeadas a partir do
século XVIII, tendo em vista que o governo passa a manipular interesses.
Diferentemente do regime de soberania, em que o rei era detentor de domínios e
proprietário do reinado, podendo agir de modo direto sobre os súditos, pois a relação que os
ligava era de ordem pessoal, na razão governamental do Estado e, seguidamente, do Estado
mínimo, o governo já não atua de maneira direta sobre as coisas, porquanto “[...] só pode agir,
estar legitimado, fundado em direito e em razão para intervir na medida em que os [...] os
jogos de interesse tornam determinado indivíduo ou determinada coisa, de certo interesse para
os indivíduos” (FOUCAULT, 2008, p. 62). Dessa medida, o governo lidará com os fenômenos
políticos que envolvem os interesses de um determinado indivíduo, cotejados com os interesses
desse indivíduo ou de uma coletividade. É precisamente nessa troca constante, efetuada no
âmbito de uma relação de oferta e procura, entre os anseios de cada um ou de todos na interface
com o Estado, que se funda a racionalidade neoliberal.
Outro aspecto arrolado por Foucault (2008b) para caracterizar a gramática de
inteligibilidade neoliberal diz respeito à noção de liberdade. Nesse viés, não se trata de um
universal que se particularizaria ao longo do tempo e do espaço, mas, antes, uma prática que
pode ser produzida, incentivada, negociada, consumida e, no limite, controlada. Nas palavras
de Foucault (2008b, p. 87), “[...] É necessário, de um lado, produzir a liberdade, mas esse gesto
implica que, de outro lado, se estabeleçam limitações, controles, coerções, obrigações apoiadas
em ameaças, etc”. O autor nos fala que a liberdade se ramifica na liberdade de mercado, de
câmbio, de compra e venda, de expressão, de direito à propriedade, dentre outras; porém, em
todas essas possibilidades, erigem mecanismos de controle que, em maior ou menor grau,
modulam e organizam o alcance e o exercício da liberdade.
Emoldurando essas liberdades, entra em cena um conceito axial do liberalismo, a ser
visualizado por outra lógica na racionalidade neoliberal: a ideia de concorrência. Conforme
discutem Dardot e Laval (2016), enquanto o liberalismo clássico considerava a concorrência
como uma lei natural, no cerne do princípio do laissez-faire, o neoliberalismo entende a
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concorrência como um produto artificial de uma história e de uma construção política. Em
resumo, a efetivação das ideias do neoliberalismo pressupõe um movimento que, ao primeiro
olhar, parece contrário aos ditames liberais. Nesse sentido, a agenda neoliberal postula a
necessidade de o Estado oportunizar condições para a concorrência ser otimizada. Agindo
assim, a concorrência passa a ser, em certo modo, matizada pelo poder político do Estado.
Como corolário dessa ênfase na concorrência e competição, tem-se o fascínio pela figura
do empreendedor e o encanto pela imagem do homo oeconomicus (Sobre a primeira, Dardot e
Laval (2016, p. 147) a definem do seguinte modo: “[...] É ser dotado de espírito comercial, à
procura de qualquer oportunidade de lucro que se apresente e ele possa aproveitar, graças às
informações que ele tem e outro não. Ele se define unicamente por sua intervenção específica
na circulação de bens”. Essa celebrização do empreendedorismo encontra condições de
existência numa formação histórica essencialmente marcada pelo espírito empresarial,
consoante discute Deleuze (2006).
A entronização do modelo da empresa em diversas instituições historicamente
delineadas pela disciplina, como as escolas, os hospitais e as prisões, pinta um cenário no qual
é dada a qualquer um a oportunidade de ser empreendedor e empresário de si mesmo, numa
corrida que nunca cessa. De acordo com Dardot e Laval (2016), a retórica neoliberal propugna
que todos os indivíduos se encontram sempre comprometidos com relações de transação e
concorrência. Nessa lógica, os sujeitos são continuamente impelidos a exercer um trabalho
sobre si, com o intuito de melhorar o desempenho e a performance. São levados a crer que
dependem apenas deles o êxito ou o fracasso no instável jogo do mercado. Disso resulta uma
série sofisticada de mecanismos de punição, avaliação e auditoria, com vistas a criar
ranqueamentos e premiações, de modo a eleger os melhores e a rejeitar os piores.
Sobre o homo oeconomicus, Foucault (2008b) menciona que, diferentemente da
concepção do liberalismo clássico, na qual esse homo oeconomicus era o homem da troca, o
parceiro concebido numa perspectiva da utilidade e da problemática das necessidades, no
neoliberalismo, o homo oeconomicus é o homem do consumo, “[...] sendo para ele próprio seu
capital, sendo para si mesmo o seu produtor, sendo para si mesmo [sua] renda” (FOUCAULT,
2008b, p. 311). Nessa concepção, seguindo Foucault (2008c), compreendemos que o
neoliberalismo amplia a racionalidade de mercado a domínios até então não-econômicos. Disso
resulta a compreensão de que esse homem consumidor e produtor de satisfação consumista
constitui um capital humano, sobre o qual é imperioso investir.
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O capital humano, conforme Foucault (2008b), constitui uma espécie de competência-
máquina a ser permanentemente construída por meio de esforços educacionais presentes ao
longo da existência inteira e não somente recobertos pelo saber técnico e aprendizado
profissional. Isso vai desde o tempo que a mãe dedica ao bee o afeto dedicado aos filhos pela
família, até os cuidados com a saúde e o acompanhamento contínuo do desenvolvimento do
sujeito.
O fato de o capital humano, conforme compreendido por Foucault (2008b), não se
pautar por investimentos educacionais circunscritos apenas aos espaços formais de
aprendizagem não significa dizer que a racionalidade neoliberal tenha impactado de maneira
discreta no âmbito da educação escolar. Pelo contrário, consoante temos discutido até aqui e no
tópico posterior, o ethos neoliberal tem ocupado um lugar privilegiado na consecução das
políticas educacionais, inclusive as públicas. De acordo com Veiga-Neto (2018), a tríade
educação, introjeção e neoliberalismo encontra-se na base de sustentação de robustos projetos
educacionais desenvolvidos por grandes corporações e empresas privadas, ora em parcerias
com o Estado, ora sob a forma de bolsas, treinamentos e cursos. No cerne de tais projetos, habita
“[...] a atenção especial à formação de indivíduos flexíveis, empreendedores e resilientes”
(VEIGA-NETO, 2018, p. 42).
Semelhante constatação é encontrada em Laval (2004), quando destaca que o signo
neoliberal leva a percepção de que o ensino e a aprendizagem, uma vez dedicados aos desejos
do capital e do mercado, necessita priorizar conhecimentos e habilidades que gerarão um
benefício no futuro. Nessa lógica, convém modificar os currículos, a fim de adequá-los a um
viés utilitarista que despreza todo saber que não esteja imediatamente relacionado a uma
aplicabilidade na vida prática. A escola como uma instituição humanista e republicana, focada
na formação do pensamento crítico e num projeto de superação das desigualdades sociais, é
escamoteada em função de uma lógica adaptativa à flexibilidade do mercado e à gestão do risco
(BARZOTTO; SEFFNER, 2020).
Quando o discurso político-eleitoral apropria-se dessa racionalidade para convencer os
eleitores a aderirem tal agenda, pode-se averiguar a utilização de estratégias que mostram a
produtividade da escola neoliberal, numa crítica à instituição escolar como sendo fadada ao
fracasso e desconectada no tempo presente. O discurso político, como veremos adiante,
modificou-se sensivelmente nas suas formas de produção, circulação e recepção, com vistas a
atender a uma nova linguagem, especialmente nas mídias sociais digitais, marcada pela
brevidade das formas de comunicação, pelo apelo ao marketing que busca aproximar os
Francisco Vieira da SILVA; Thâmara Soares de MOURA e Patrícia Diógenes de Melo BRUNET
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candidatos dos eleitores e tornar menos sisudas e mais descontraídas as campanhas eleitorais,
por meio do emprego de diversos recursos verbo-visuais e sonoros. Para Sargentini (2017, p.
13), “[...] a análise do discurso político em sua complexidade envolve enunciados linguísticos,
imagens, gestos, expressões faciais e outras formas de expressão”.
Centrando o foco no âmbito do partido Novo, vale destacar que foi registrado no
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em meados de 2015, presidido pelo empresário João
Amôedo, que disputou as eleições à presidência em 2018 e obteve mais de 2 milhões de votos,
cerca de 2,5% do total de votos válidos. Segundo Faria e Turtelli (2020), o Novo cresceu cerca
de 154% desde 2018, pois passou de 19 mil filiados naquele ano para 48 mil em janeiro de
2020. Segundo Oliveira (2020), o partido foi o que mais cresceu em números proporcionais,
uma vez que, em 2016, tinha quatro vereadores e, em 2020, fez vinte e nove parlamentares para
as Câmaras Municipais. A sigla foi conectada, de modo congênito ao campo empresarial,
principalmente pelo fato de defender explicitamente pautas neoliberais e apostar em candidatos
que possuem experiência na iniciativa privada, de modo a se afastar de sujeitos que constroem
uma carreira no campo da política. De acordo com o site do Novo, especificamente na seção
denominada Conheça, vemos que o partido emerge por meio de “sujeitos ficha-limpa, que
nunca haviam se envolvido com política e resolveram sair da indignação para aão” (NOVO,
[21--]). Ainda conforme informações constantes no site, depreende-se que a legenda busca
produzir esse efeito de novidade, tendo em vista algumas características específicas, com o fito
de diferenciar-se de demais partidos políticos, a saber: i) único partido que não faz a utilização
de recursos públicos; ii) único partido mantido por filiais doadores; iii) os candidatos passam
por um processo seletivo; iv) os eleitos optam por abrir mão de privilégios de gabinete e dos
próprios salários; v) candidatos e mandatários não participam da gestão do partido; vi) os
membros do diretórios atuam como voluntários e não recebem salários.
Como se pode notar, para fazer jus ao nome da sigla, tem-se uma ruptura no modus
operandi dos partidos em geral, notadamente no que diz respeito ao uso de recursos públicos e
à organização interna das legendas. Além disso, é possível ponderar que o próprio logotipo do
partido emoldura certos sentidos que o afastam dos partidos políticos tradicionais.
Diferentemente de símbolos como a estrela do Partido dos Trabalhadores (PT) ou a rosa de
Luxemburgo do Partido Democrático Trabalhista (PTD), o Novo apresenta um design que não
produz discursividades atreladas a um valor maior em termos de constituição da cidadania e da
democracia. Trata-se de uma arte na cor laranja, com a palavra “novo” grafada em branco e um
detalhe na letra “n” que, num domínio de memória, leva-nos aos logotipos de empresas e
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serviços. Isso colabora, portanto, para o efeito segundo o qual se trata de um partido que rejeita
a história e a configuração da política em si.
Ora, isso não significa dizer que esse efeito de afastamento da política standard torna o
partido Novo neutro ou destituído de interesses. Pelo contrário, a legenda aposta fortemente na
racionalidade neoliberal como um dos pilares da sua constituição. Nascido no cerne do
empresariado, o Novo coaduna com a agenda de “enxugamento” e desburocratização do Estado,
especialmente a partir da privatização de empresas públicas, de um investimento maciço no
empreendedorismo e na concorrência de mercado. Conforme nos lembram Dardot e Laval
(2016), o mercado é concebido como um livre espaço para todo indivíduo em especial,
porquanto cada um teria um espírito empreendedor e caberia à economia de mercado liberar e
estimular esse empreendedorismo. Isso ocorre por meio de certa fobia do Estado, consoante a
percepção de Foucault (2008b). Nesse viés, o excesso de mecanismos governamentais do
Estado atrapalharia o fluxo do livre mercado e estancaria o desenvolvimento das competências
empreendedoras a serem introjetadas desde a mais tenra idade. Diante disso, os esforços da
racionalidade neoliberal na educação já se mostram visíveis desde meados dos anos de 1980, a
partir dos ideários de governos como Margareth Tachter, no Reino Unido, e Ronald Reagen,
nos Estados Unidos. As pretensões reformistas de órgãos transnacionais como o Banco
Mundial, o Fundo Monetário Internacional (FMI), a Comissão Europeia, a Organização
Mundial do Comércio (OMC) e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE) auxiliam na constituição de um modelo de escola pautado numa
perspectiva que considera “[...] a educação como um bem essencialmente privado e cujo valor
é, antes de tudo, econômico” (LAVAL, 2004, p. IV). No Brasil, conforme Guimarães e Pereira
(2020, p. 42), o avanço do neoliberalismo no cenário nacional efetiva-se desde o governo de
Fernando Collor (1990-1992) e se recrudesce na gestão de Fernando Henrique Cardoso (1995-
2002), a partir “[...] da intensificação da reestruturação produtiva, flexibilização das leis
trabalhistas, financeirização da economia, livre circulação dos capitais e privatização do setor
produtivo estatal”.
Essa ênfase no aspecto mercadológico, cuja lógica empresarial é perpassada pela relação
custo-benefício, reflete sensivelmente sobre o modo como a escola se constituiu, no decorrer
do tempo. Sobre isso, Sibilia (2012) reforça que a instituição escolar é uma tecnologia de época
que surge para atender às demandas de um projeto societário engendrado pelas classes
burguesas. Ainda que no decorrer dos anos, a escola tenha se democratizado (SEFFNER, 2020),
de maneira a acolher os estratos sociais economicamente desassistidos, várias relações de força
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do campo político ameaçam a consecução de uma educação democrática, republicana e cidadã.
Dentre essas relações, podemos mencionar, na esteira de Laval (2004), o avanço indisfarçável
dos interesses do mercado na construção dos currículos, das metodologias de ensino, da
formação de professores, da gestão e do financiamento escolar. Assim pensada, a educação
perde sua capacidade transformadora e crítica, tendo em vista o atendimento irrestrito aos
desígnios mercadológicos e o desenvolvimento do capital humano (FOUCAULT, 2008)
mantras da racionalidade neoliberal. Sob essa lógica, o partido Novo, segundo se pode
depreender a partir de informações presentes no sítio da legenda, levanta a bandeira dos valores
neoliberais, especialmente a partir da efetivação de parcerias público-privadas, do enfoque
numa cultura da competição, do ranqueamento, da premiação de docentes e alunos e da ênfase
no empreendedorismo junto ao público escolar.
Exame de propostas para a educação em postagens de candidatos do partido Novo no
Instagram
Em virtude da pandemia da covid-19, as eleições municipais de 2020 foram adiadas e
ocorreram no mês de novembro, diferentemente dos pleitos anteriores que ocorriam no primeiro
domingo de outubro. A propaganda eleitoral, mais do que nunca, utilizou as redes sociais
digitais como um suporte comunicativo viável e de alcance significativo, pois as medidas de
isolamento social impossibilitaram, ou pelo menos, deveriam impedir o contato físico próximo
e a campanha corpo a corpo, com vistas a evitar aglomerações e, como consequência, o contágio
pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2). No entendimento de Marques (2016), as estratégias de
campanha on-line necessitam criar mecanismos que captem a atenção de um público cada vez
mais disperso na diversidade de textos e imagens com que lida em seus dispositivos portáteis.
A partir desses apontamentos, conforme afirmamos anteriormente, analisaremos aqui
quatro postagens de candidatos do partido do Novo no Instagram, com o intuito de investigar
como as propostas para a educação sintonizam-se com a racionalidade neoliberal, por meio de
relações de saber-poder. A primeira postagem circulou no perfil do candidato à prefeitura de
Recife/PE, Charbel Maroun (@charbelmarounbr).
Nessa materialidade discursiva, aparecem três fotos que são dadas a ver para o leitor-
navegador, pelo mecanismo de visualização do Instagram. A primeira foto é dividida em duas
partes: numa delas, a resolução da imagem é escura e mostra um lugar em que precariamente
funciona uma escola, uma construção de barro com pau-a-pique coberta com folhas de
palmeira; os alunos são vistos de costas, sentados em cadeiras desgastadas e nota-se uma lousa
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improvisada; na outra parte, o cenário mostra, numa imagem com boa resolução, uma cena
escolar em que os discentes estão concentrados e leem atentamente; as carteiras são
confortáveis e a estrutura da instituição de ensino, pelo que se pode depreender, é de qualidade
adequada. No centro das duas imagens, o seguinte enunciado verbal: “E se toda desigualdade
fosse coisa do passado?”. Quando clicamos na seta à direita da imagem, somos levados à
segunda figura: um jovem negro sorrindo com livros sob o peito, do lado direito, e uma mochila
pendurada sob o ombro esquerdo; ao fundo, num efeito borrado, aparecem estantes com livros,
de modo a sugerir que se trata de uma biblioteca. Assim como na primeira imagem, um
enunciado verbal indaga: “E se fosse possível oferecer um ensino de qualidade para todos?”
Clicamos mais uma vez na seta e a última figura surge a fotografia do candidato Charbel
Maroun, com camisa branca, tendo como pano de fundo a imagem anterior do jovem estudante
com os livros. No centro da figura, lê-se, em caixa alta, “É possível, e eu vou fazer!”.
Vemos que a expressão condicional “E se” aponta para a possibilidade de realização de
um desejo e/ou sonho, da construção de uma realidade possível. A última imagem exprime a
condição para essa mudança: votar em Charbel Maroun. Ao se inserir numa posição sujeito que
se compromete a realizar as modificações desejadas pela sociedade, pois tais transformações
são possíveis de serem concretizadas, no sentido de melhorar sobremaneira a educação, a
legenda da postagem detalha a proposta de criação de voucher educação.
É querer fazer. falei aqui sobre Voucher Educação e sempre que posto
surgem muitas dúvidas. Vou explicar: O Voucher só poderá ser utilizado para
pagamento de mensalidades, algo muito similar ao que é feito. Chama-se
PROUNI; O Voucher não vai eliminar o ensino público. Vamos ampliar,
melhorar e profissionalizar as escolas públicas e as creches; O Voucher vai
estar disponível, inicialmente, para os alunos com as melhores notas e
capacidade para acompanhar o ritmo das escolas particulares, com ensino
mais avançado. A gente quer oferecer oportunidades, quebrar o ciclo da
miséria e apresentar novos horizontes para essas crianças e jovens. O pequeno
recifense merece isso. Vamos fazer isso por eles! (MAROUN, 2020, on-line).
Quando o posicionamento assumido no perfil do candidato do Novo à prefeitura de
Recife/PE no Instagram pontua a premência em sanar as dúvidas decorrentes da proposta de
implementação do voucher educação, pode-se supor que não se trata de uma proposição comum
no esteio do discurso político e daí emerge a singularidade desse enunciado no âmbito das
condições de possibilidade do próprio Partido Novo e da bandeira neoliberal por ele levantada.
Uma tentativa de aproximar a proposta defendida por Maroun da realidade social do público é
comparar com o Programa Universidade para Todos (PROUNI), que, ao fim e ao cabo, sintetiza
essa ligação do setor público com o privado, no cerne do ensino superior. Para desfazer
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enunciados do domínio associado, segundo os quais o programa acabaria com o ensino público,
a posição de sujeito de Maroun afirma o contrário e, de modo vago, justifica o investimento em
tal setor. Em seguida, expõe que, num primeiro momento, os contemplados pelo projeto serão
os alunos com melhor rendimento, tendo em vista que estes poderiam igualar-se ao nível do
ensino privado. Os reflexos neoliberais na proposta de Maroun residem especialmente numa
espécie de individualização do atendimento aos alunos pelo programa do voucher, pois apenas
uma parte será beneficiada, em contraposição à universalidade e ao caráter democrático que
deve nortear a educação no Brasil, conforme definem os saberes do campo constitucional.
Nessa lógica, segundo Laval (2004, p. 26), “[...] os alunos mais ‘rentáveis’ se
beneficiam de investimentos mais importantes do que os de pior ‘performance’’. Os efeitos do
saber que regem o plano do voucher alinham-se a um posicionamento segundo o qual apenas
uma parte dos alunos, os que conseguem vencer a competição entre os seus pares, será
contemplado com o direito de estudar numa escola privada. As relações de poder perpassam a
introjeção da racionalidade neoliberal nos alunos, pois, assim como nas configurações do
mercado concorrencial e da formação ao longo da vida, não há espaço para todos. Essa seleção
dos “melhores”, portanto, ocorre na mais tenra idade, de modo que cabe aos sujeitos, desde
cedo, criar condições favoráveis para o desenvolvimento do capital humano. Sob essa
compreensão, inexistem possibilidades de transformação da realidade desigual, ao contrário do
que apregoa a postagem do candidato Maroun, porquanto a tendência é que se aumente ainda
mais o fosso entre a escola pública e a privada. “O ciclo da miséria”, de que fala a posição
sujeito no enunciado da postagem, não sedestituído somente com a “transferência” de alguns
alunos para o setor privado, senão com a devida valorização do ensino público e gratuito.
Podemos identificar regularidades enunciativas na constituição do discurso político dos
candidatos do partido Novo no Instagram, pois além da ênfase na cultura do ranking e da
competição, uma postagem no perfil de Orlando Silva Neto (@orlandosilvanovo), candidato à
prefeitura de Florianópolis/SC, reforça a visão neoliberal de construir pequenos
empreendedores. Para isso, dentre as propostas para o campo da educação, temos: “Vamos
introduzir noções de lógica, empreendedorismo e programação, para estimular nossos jovens a
saber [sic] pensar logicamente e conseguir empregar no mercado tecnológico” (SILVA NETO,
2020, on-line). Na mesma postagem, ainda se lê: “Floripa pode sim ter a escola pública com a
mesma qualidade das escolas privadas” (SILVA NETO, 2020, on-line).
O foco da proposta incide na inserção no currículo escolar de determinados temas como
lógica, empreendedorismo e programação, os quais permitiriam o ingresso dos alunos no
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mundo do trabalho. Na materialidade repetível do enunciado, sublinhamos que tal proposta está
em conformidade com a racionalidade neoliberal, pelo fato de haver um incentivo ao
desenvolvimento de habilidades saberes e práticas atinentes à concorrência e ao lucro, haja vista
o interesse em abordar na instituição escolar as exigências de uma formação profissional para
o emprego. Na ótica de Dardot e Laval (2016, p. 152), “[...] a cultura do emprego e o espírito
do empreendimento podem ser aprendidos desde a escola, do mesmo modo que as vantagens
do capitalismo sobre outra organização econômica”. Essa concepção educacional alicerça-se
em relações de saber-poder que incutem nos sujeitos a valorização de conhecimentos úteis,
visando à formação do capital humano, de modo a fazer funcionar as engrenagens do sistema
capitalista, mormente matizado pela tecnologização e flexibilidade.
Quando, no enunciado da postagem do candidato do Novo à prefeitura de
Florianópolis/SC, aparece o posicionamento segundo a qual é possível elevar a qualidade das
escolas públicas, seguindo o padrão das escolas provadas, subjaz um saber de ordem neoliberal
que aponta o desempenho eficiente do setor privado, em contraposição ao modelo defasado de
gestão pública. Na materialidade significante, há um efeito de opacidade e homogeneização no
cotejo entre público e privado em torno da questão da qualidade. Ora, nem todas as escolas
privadas possuem um padrão que seria considerado suficiente e o contrário também é
verdadeiro, haja vista que existem instituições públicas de excelência. O próprio termo
qualidade pode ser questionável, o qual pode ser aferido sob diferentes parâmetros (aprovação
em exames e vestibulares, obtenção de padrões esperados em avaliações externas). Do modo
como se organiza o discurso da postagem, é como se todas as escolas privadas fossem de boa
qualidade, que deve ser perseguida pelas instituições públicas, a partir da execução das
propostas de governo do candidato Orlando Silva Neto.
A terceira postagem analisada circulou no perfil de Paulo Henrique Grando
(@paulohgrando), candidato a prefeito de Cuiabá/MT. Na materialidade discursiva, aparece a
fotografia de Grando sorridente, na parte inferior à direita, e uma síntese das propostas, das
quais podemos mencionar: “premiar os melhores professores por desempenho, com impacto
decisivo da avaliação dos pais, não apenas financeiramente, mas em termos de reconhecimento
e progressão de carreira” (GRANDO, 2020, on-line); “criar programa piloto de bolsas escolares
em escolas particulares para alunos de baixa renda” (GRANDO, 2020, on-line).
Mais uma vez agora o alvo é o professor evidencia-se a premiação e o foco na
competição e no desempenho para definir o parâmetro de qualidade na educação. A proposta
não especifica com clareza como seria esse desempenho docente e como os pais fariam a
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avaliação do professor. De todo modo, podemos identificar que relações de saber-poder
subjazem a essa proposição. Conforme sublinham Dardot e Laval (2016), a racionalidade
neoliberal produz um saber que prima pela interiorização de normas de desempenho, de
autovigilância e de avaliação constante que busca alinhar os serviços públicos a uma produção
típica do setor privado. Noutras palavras, a proposta de Paulo Henrique Grando descaracteriza
a identidade do docente como um servidor público, ao condicioná-lo a progredir na carreira
com base na avaliação feita por terceiros, assim como se faz numa relação comercial.
Ainda em relação à postagem do candidato do Novo à prefeitura de Cuiabá, ressaltamos
a regularidade enunciativa que concorre para a inserção de discentes das escolas no setor
privado, constatação presente na postagem de Charbel Maroun, antes analisada. Essa
hipervalorização do setor privado como um modelo de governança a ser seguida pelo Estado é
um dos principais lemas da cartilha neoliberal. Sobre isso, Laval (2004, p. 55) enfatiza, “[...]
escola em face do neoliberalismo que considera todas as instituições, inclusive as públicas,
devem ser colocadas a serviço da máquina econômica em detrimento de outra finalidade”. A
insistência em matricular alunos, cujas famílias o economicamente desassistidas, consoante
a proposta de Grando, em escolas particulares como a solução para resolver os problemas
educacionais toma como aporte esse saber da ordem neoliberal e, com isso, produz relações de
poder que procuram regular a relação dos aprendizes com a escola e com as famílias. Não
podemos deixar de considerar que se trata de um discurso político-eleitoral (SARGENTINI,
2015), o qual apresenta ações aparentemente viáveis e “mágicas” para solucionar questões de
alta complexidade.
Na postagem de Guto Scarpantini, candidato do Novo à prefeitura de Campo
Grande/MS, a mesma regularidade presente nas postagens de Maroun e Grando faz-presente.
Na materialidade discursiva, o sujeito enunciador defende um programa com o objetivo de
garantir parcerias com o setor privado, na tentativa de zerar a fila de creches na capital do Estado
de Mato Grosso do Sul. Vejamos um excerto da postagem, a qual está acompanhada da foto de
Scarpantini e do número do partido (30), “Firmaremos convênios com creches comunitárias e
particulares, por meio de parcerias público-privadas” (SCARPANTINI, 2020, on-line). Como
apresentamos anteriormente, uma vez que o neoliberalismo argumenta em prol de um Estado
mínimo, as parcerias com o setor privado buscam compensar esse suposto excesso do setor
público. Na proposição de Scarpantini, a principal solução para resolver a ausência de vagas
em creches seria por meio dessa cooperação com as instituições particulares.
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De acordo com Foucault (2008b), o neoliberalismo funciona como um princípio de
inteligibilidade, um princípio de decifração das relações sociais e dos comportamentos.
Observamos, portanto, como isso entra em jogo na composição de enunciados, cuja raridade
singulariza certos modos de enunciar a respeito da educação, no interior de um partido político
marcado pelo referencial da retórica neoliberal. Vimos nas postagens analisadas o deslindar de
práticas sociais que, em maior ou menor grau, priorizam o mercado e o setor privado, premiam
os “melhores”, põem em xeque o valor da gestão pública e excluem os “perdedores” dessa
competição ininterrupta.
Considerações finais
No decorrer deste artigo, buscamos examinar o modo como o discurso de postagens de
candidatos do partido Novo, nas eleições municipais de 2020, mobiliza relações de saber-poder
intrincadas à racionalidade neoliberal na constituição de propostas para o campo educacional.
O exercício analítico permitiu-nos entrever, na positividade enunciativa, algumas regularidades
que atravessam a constituição do discurso político nas redes sociais digitais. Na materialidade
repetível das proposições para a educação, entrecruzam-se a brevidade das formas de
comunicação da rede social com estratégias de convencimento dos potenciais eleitores. As
soluções apresentadas nas propostas estão conectadas com os saberes que vão caracterizar o
partido Novo no coração da lógica neoliberal. Podemos sumarizar as principais regularidades
encontradas: a) a compreensão de que a gestão do setor privado é o modelo desejável e eficiente,
daí a recorrência de estabelecer parcerias com escolas privadas, bem como de inserir as crianças
e instituições públicas nas escolas particulares, por meio de voucher ou de programas de bolsas,
de modo a esvaziar o caráter universal e equitativo da administração pública; b) como
consequência da celebrização do modelo empresarial do neoliberalismo, constata-se o
entusiasmo em eleger, por meio de um sistema de avaliação e performance, os que merecem ou
não ser contemplados com as benesses dessa ordem social e econômica. Para Rolnik (2018), a
instauração de um Estado neoliberal corrói as bases democráticas e republicanas, pois, a um só
tempo, homogeneiza os sujeitos aos desígnios do capital e acentua as desigualdades no interior
de um jogo onde só alguns obtêm êxito.
É preciso, pois, resistir à sutileza dessas estratégias de poder que, aos poucos, torna
ainda mais frágil a constituição de uma educação pública, gratuita e de qualidade. Ainda que o
partido Novo torne o visível o que existe, de maneira sub-reptícia, em outros partidos
políticos do país, convém encetar movimentos de insurreição, os quais possam levantar a
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bandeira de uma educação que forme, sobretudo, para a cidadania e não somente para atender
aos anseios instáveis do mercado financeiro, pois, consoante nos adverte Laval (2004), escola
não é empresa.
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nacional, e 11.494, de 20 de junho 2007, que regulamenta o Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação, a
Consolidação das Leis do Trabalho -CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio
de 1943, e o Decreto-Lei nº 236, de 28 de fevereiro de 1967; revoga a Lei nº 11.161, de 5 de
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DOI: https://doi.org/10.32930/nuances.v34i00.9779 22
CRediT Author Statement
Reconhecimentos: Agradecemos à Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA).
Financiamento: Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), via edital 02/2023
de Apoio à Publicação Acadêmica.
Conflitos de interesse: Não há.
Aprovação ética: Não foi necessário submeter ao conselho de ética.
Disponibilidade de dados e material: Os dados e materiais estão presentes nos perfis dos
candidatos no Instagram.
Contribuições dos autores: Francisco Vieira da Silva concepção, idealização, escrita e
revisão; Thâmara Soares de Moura colaboração na escrita do artigo e revisão; Patrícia
Diógenes de Melo Brunet colaboração na escrita do artigo e revisão.
Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.
Revisão, formatação, normalização e tradução.
Nuances: Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, v. 34, n. 00, e023003, 2023. e-ISSN: 2236-0441
DOI: https://doi.org/10.32930/nuances.v34i00.9779 1
UNDER THE NEOLIBERAL FLAG: EXAMINATION PROPOSALS FOR
EDUCATION IN POST OF THE NEW PARTID CANDIDATES ON INSTAGRAM
SOB A BANDEIRA NEOLIBERAL: EXAME DE PROPOSTAS PARA A EDUCAÇÃO
EM POSTAGENS DE CANDIDATOS DO PARTIDO NOVO NO INSTAGRAM
BAJO LA BANDERA NEOLIBERAL: EXAMEN DE PROPUESTAS PARA LA
EDUCACIÓN EN PUBLICACIONES DE CANDIDATOS DEL PARTIDO NUEVO EN
INSTAGRAM
Francisco Vieira da SILVA1
e-mail: francisco.vieiras@ufersa.edu.br
Thâmara Soares de MOURA2
e-mail: thamara.soares068@gmail.com
Patrícia Diógenes de Melo BRUNET3
e-mail: patricia.melo@ifpb.edu.br
How to reference this paper:
SILVA, F. V.; MOURA, T. S.; BRUNET, P. D. M. Under the
neoliberal flag: Examination proposals for education in post of the
Novo Political Party candidates on Instagram. Nuances: Estudos
sobre Educação, Presidente Prudente, v. 34, n. 00, e023003, 2023.
e-ISSN: 2236-0441. DOI:
https://doi.org/10.32930/nuances.v34i00.9779
| Submitted: 10/09/2022
| Revisions required: 15/11/2022
| Approved: 20/12/2022
| Published: 09/06/2023
Editors:
Profa. Dra. Rosiane de Fátima Ponce
Prof. Dr. Paulo César de Almeida Raboni
Deputy Executive Editor:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
1
Federal Rural University of the Semi-Arid Region (UFERSA), Caraúbas RN Brazil. Professor at the
Department of Languages and Human Sciences (DLCH).
2
State University of Rio Grande do Norte (UERN), Pau dos Ferros RN Brazil. Doctoral student in the Graduate
Program in Languages (PPGL).
3
Federal Institute of Education, Science and Technology of the State of Paraíba (IFPB), Sousa PB Brazil.
Professor at IFPB. Master in Teaching from the State University of Rio Grande do Norte (UERN).
Under the neoliberal flag: Examination proposals for education in post of the Novo Political Party candidates on Instagram
Nuances: Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, v. 34, n. 00, e023003, 2023. e-ISSN: 2236-0441
DOI: https://doi.org/10.32930/nuances.v34i00.9779 2
ABSTRACT: The purpose of this article is to examine New Party candidates proposals for the
education, based on the discourse analysis of posts published on Instagram. With this, we aim
to investigate how these proposals are anchored in relations of knowledge and power, which
are linked to neoliberal rationality. For this, the focus of analysis rests on four posts aired on
the Instagram profile of Partido Novo candidates. This study follows a descriptive-
interpretative approach with qualitative bias. Thus, in order to subsidize the analyzes, we use
of Foucault's (2008; 2009; 2010), Dardot and Laval (2016), Laval (2004) ad of Sargentini
(2015; 2017). The examination of the proposals makes it possible to identify the implications
of neoliberal rationality, based on the prioritization of the market and the private sector, through
practices such as the awarding of the “best” students and teachers.
KEYWORDS: Political discourse. Education. Neoliberalism.
RESUMO: O intuito deste artigo consiste em examinar propostas para a educação de
candidatos do partido Novo, a partir da análise do discurso de postagens publicadas no
Instagram. Visa-se, com isso, investigar como essas propostas ancoram-se em relações de
saber e de poder, as quais encontram-se atreladas à racionalidade neoliberal. Para isso, o foco
de análise repousa sobre quatro postagens veiculadas no perfil do Instagram de candidatos do
Partido Novo. O estudo segue uma abordagem descritivo-interpretativa de viés qualitativo. A
fim de subsidiar as análises, valem-se das teorizações de Foucault (2008; 2009; 2010), de
Dardot e Laval (2016) e de Laval (2004) e Sargentini (2015; 2017). O exame das propostas
permite identificar as implicações da racionalidade neoliberal, a partir da priorização do
mercado e do setor privado, por meio de práticas como a premiação dos “melhores” alunos e
professores.
PALAVRAS-CHAVE: Discurso político. Educação. Neoliberalismo.
RESUMEN: El propósito de este artículo consiste en examinar propuestas para la educación
de candidatos del partido Novo, a partir del análisis del discurso de publicaciones publicadas
en Instagram. Con ello se pretende investigar cómo esas propuestas se basan en relaciones de
saber y de poder, las cuales se encuentran vinculadas a la racionalidad neoliberal. Para ello,
el foco de análisis reposa sobre cuatro publicaciones vehiculadas en el perfil de Instagram de
los candidatos del Partido Nuevo. El estudio sigue un enfoque descriptivo-interpretativo de
sesgo cualitativo. Con el fin de subsidiar los análisis, se valen de las teorizaciones de Foucault
(2008; 2009; 2010), Dardot y Laval (2016), de Laval (2004) y de Sargentini (2015; 2017). El
examen de las propuestas permite identificar las implicaciones de la racionalidad neoliberal,
a partir de la priorización del mercado y del sector privado, por medio de prácticas como la
premiación de los "mejores" alumnos y profesores.
PALABRAS CLAVE: Discurso político. Educación. Neoliberalismo.
Francisco Vieira da SILVA; Thâmara Soares de MOURA and Patrícia Diógenes de Melo BRUNET
Nuances: Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, v. 34, n. 00, e023003, 2023. e-ISSN: 2236-0441
DOI: https://doi.org/10.32930/nuances.v34i00.9779 3
Introduction
At the end of the first round of the 2020 municipal elections, which took place on
November 15, certain speeches of sarcastic and ironic content circulated in the digital social
networks about the fact that the Novo party did not elect any candidate for mayor in the cities
where it competed. Some of these speeches were paraphrastically constituted along the
following lines: Novo did not make any mayors in the first round of elections. It's time to review
core business and benchmarking. The use of terms in English that refer us to the business and
corporate universe and mean respectively, the core part of a business and the evaluation process
that compares the performance of companies, leads us to think about socially constituted images
about this legend. In this perspective, the poor performance at the polls would be strongly linked
to issues concerning the field of technical business planning. At the limit, ironic statements
resound, according to which the party was not efficient enough and, for a meritocratic issue,
did not deserve to achieve the goal of electing mayors.
Based on these questions, the intention is to examine proposals for education from
candidates of the Novo party, through the analysis of the discourse of posts published on
Instagram of such candidates. We aim to investigate how these proposals are anchored in
relations of knowledge and power, which are linked to neoliberal rationality.
The work is relevant because it is known that the inflections of neoliberalism in the
educational field in Brazil do not emerge through the intentions of the Novo party, in view of,
since the 1990s, the insertion of international capital in the constitution of guiding documents
of curriculum parameters and, more recently, we could notice the reflections of this in the
formulation of the Common National Curriculum Base (BNCC in the Portuguese acronym)
(BRAZIL, 2018) and the New High School (BRAZIL, 2017). Moreover, in Jair Bolsonaro's
government (2019-2022), the Minister of Economy, Paulo Guedes, stated in a speech at the
World Economic Forum in Davos, in January 2020, that he would elaborate a gigantic voucher
distribution program for early childhood education.
In this measure, families would receive financial resources to invest in their children's
education, thus having the "freedom" to choose the educational institution in which they would
enroll their children. The same minister tried, unsuccessfully, to insert this agenda in the voting
of the Proposal of Amendment to the Constitution (PEC in the Portuguese acronym) of the new
Fund for Maintenance and Development of Basic Education and Education Professionals
(Fundeb in Portuguese), in July 2020. These desires follow the neoliberal primer, as they flirt
with the private sector and strip the public sector of its obligations, under the argument that
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families would have the decision-making power to apply resources to the development of the
human capital of their children.
But, what we want to argue here is the fact that the Novo party, roughly speaking,
defends more vehemently the modus operandi of the neoliberalism truth regime, unlike other
parties, which do it in a more veiled way, so to speak. For this, the focus of analysis lies on four
posts published on the Instagram profiles of the following New Party candidates: a) Charbel
Maroun, candidate for mayor of Recife/PE; b) Orlando Silva Neto, candidate for mayor of
Florianópolis/SC; c) Paulo Henrique Grando, candidate for mayor of Cuiabá/MT; d) Guto
Scarpatini, candidate for mayor of Campo Grande/MS. These profiles were chosen because
they present proposals for education, considering the specificities of politics in digital social
networks.
Regarding methodology, we emphasize that this study follows a descriptive-
interpretative approach with a qualitative bias. In order to support the analysis, we sought
support in the theories of Foucault (2008; 2009; 2010) about discourse, enunciation, power,
knowledge and neoliberalism, in articulation with the studies of Dardot and Laval (2016) and
Laval (2004) on the impacts of neoliberal rationality in the field of education, as well as in
Sargentini's approach (2015; 2017) about political discourse in social networks.
From the point of view of the text organization, it is worth noting that it is structured in
the following format: in the following section, we reflect on the concepts of discourse,
enunciation, power, knowledge, and neoliberalism, in addition to a focus dedicated to political
discourse. Subsequently, we analyze the four discursive materialities collected in the profiles
of candidates of the Novo party on Instagram, taking into account the considerations undertaken
in the previous topic. Finally, in the last section, we make an overview of the main aspects
discussed throughout this writing.
From discourse to neoliberalism
The French intellectual Michel Foucault left as a legacy a prolific intellectual work that
crosses a myriad of fields of knowledge. Given the diversity of themes addressed, some
regularities can be noted, which allow us to divide, although there are controversies, the work
of this author into three moments, as proposed, among some authors, by Gregolin (2016),
namely: a) archaeology - the author researched the formation of a knowledge that engendered
the Human Sciences, from books that problematized issues such as madness, medicine and
Francisco Vieira da SILVA; Thâmara Soares de MOURA and Patrícia Diógenes de Melo BRUNET
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certain fields of work, language and life; b) genealogy - Foucault pondered the objectification
of the subject, based on the analysis of power and the so-called divisive practices that classify
and scandalize subjects, through devices of knowledge and power; c) ethics and aesthetics of
existence - the thinker analyzed how the modes of subjectivation of subjects, through techniques
of the self and strategies of governmentality.
What can be seen from this brief inventory is the constant presence of the subject in the
author's approaches. According to Foucault (1995), the general theme that runs through the
heterogeneity of his studies covers the subject and the relations it establishes with knowledge
(archeology), with power (genealogy) and with itself (ethics and aesthetics).
The notes made by Foucault (2010) in the work Archaeology of Knowledge, initially
published in 1969, provide analytical subsidies to think about the constitution of discourses in
relation to history and the formation of knowledge. For this, Foucault (2010) proposes the
archaeological method, according to which it is possible to investigate the different layers that
make up the knowledge that objectifies man, which comes to light through discourses. The
French author conceives discourse as a practice that constructs the objects of which it speaks
and as a set of statements that come from the same discursive formation. While the latter
circumscribes the regularities to be flagged within a regime of enunciative dispersion, the
utterance, in turn, is understood as the atom of discourse, the minimum unit of analysis, "[...]
like a grain that appears on the surface of a fabric of which it is a constituent part"
(FOUCAULT, 2010, p. 90).
The existence of the utterance, according to Foucault (2010), entails the following
properties: (i) referential - concerns the laws of possibility, the rules that make certain objects
of discourse emerge; (ii) subject position - the enunciatee maintains a singular relationship with
the enunciating subject, but which is not reduced to the empirical subject, the author and/or
grammatical subject, but, an empty position that can be occupied by varied individuals; iii)
associated domain - it concerns an enunciative network through which the enunciates relate to
each other, both in relation to already existing enunciates and to those yet to come; iv)
repeatable materiality - the enunciatee lacks a support, a place, a date and an institutional
support.
Thus perceived, the enunciation constitutes, at the same time, a function that crosses
different domains and represents the condition of existence of signs. To describe this function,
Foucault (2010) postulates the observance of some principles, namely: a) principle of rarity -
consists in detailing the enunciation as something rare within the things effectively said, that is,
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if not everything can be said at any time, the enunciation presents the singular characteristic
before what can be discursivized in a language; b) principle of exteriority - refers to the fact
that the enunciation erupts in a specific place and time and it is convenient to specify how the
enunciation manifests itself, without referring to a cogito or a transcendental consciousness; c)
principle of accumulation - it makes it possible to trace the transformations that the enunciation
goes through in the course of time, in order to pay attention to the mechanisms that allow the
conservation, the grouping and the recurrence of certain enunciations; d) principle of positivity
- when the previous principles are considered, we finally reach the positivity of the enunciation,
that is, the modalities that allow us to select certain types of thematic choices, regularities and
discursive objects that are part of a given discursive formation.
The enunciative field, according to Foucault (2010), is anchored in knowledge to be
conceived as everything that can be said within a discursive practice. Given that the discursive
practice is constituted by a set of historical and anonymous rules that define the conditions of
exercise of the enunciative function, knowledge is determined by the new objects that arise
within the historical continuities and discontinuities. By thinking of knowledge more as a
position and less as a specificity of science, Foucault (2010, p. 221) argues that knowledge is
not only configuring itself in demonstrations, but "can also be in fictions, narratives,
regulations, political decisions." To this end, the author exemplifies the fact that the knowledge
of psychiatry, in the mid-nineteenth century, was not reduced to the sum of what was believed
to be true, but the strategic set of behaviors, singularities and deviations about what it is possible
to talk about in the psychiatric discourse.
When Foucault (2010) reflects on knowledge beyond scientifically framed truths, he
highlights an analysis perspective that dialogues with Nietzsche's assumptions about genealogy.
For the German philosopher, genealogy rejects beginnings and origins and searches, above all,
for cuts, discontinuities, and ruptures. According to this view, genealogy makes it possible to
see how knowledge works from the disjunctions, the mechanisms of submission and
domination, and the strategies of power. According to Foucault (2006), this means thinking
about the role played by discourse in the support of a strategic system in which power is
implicated, acting positively.
Power, according to the French author, is not the origin or the cause of discourse, but
something that runs through and operates through discourse. The conception of power in
Foucauldian theory differs greatly from other perceptions hitherto held in different fields of
Francisco Vieira da SILVA; Thâmara Soares de MOURA and Patrícia Diógenes de Melo BRUNET
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knowledge, such as, for example, in the Marxist worldview, in which power is confused with
the mechanisms of exploitation and centered under the hegemony of the State and capital, as
well as in the perception of contractualists, for whom power obeys strict mechanisms of
possession and/or dismissal and legal models, which, according to Fonseca's (2011) reading,
are insufficient instruments to examine the power relations to which the subject is trapped.
Contrary to such understandings, power under the Foucauldian understanding is not
located in a specific institution nor does it represent a verticality in social relations, since power
is pulverized throughout the social body and transversalizes all actions of free men. The idea of
a microphysical power will thus move Foucault's analysis of power away from an
epistemological construction in which power is seen as a universalizing, repressive, and
threatening mechanism. Moreover, it is a way of seeing power as something that incites,
produces, and engenders knowledge and behavior. For Foucault (1999), power is congenitally
related to knowledge. According to the author, "[...] there is no relation of power without a
correlative of a field of knowledge, nor knowledge, nor knowledge that does not suppose or
constitute at the same time relations of power. (FOUCAULT, 1999, p. 270).
In the course of Foucault's intellectual career, from the end of the 1970s and the
beginning of the following decade, the French philosopher, in courses given at the Còllege de
France, posthumously published under the titles Society Must Be Defended, Security, Territory
and Population, The Birth of biopolitics, The Government of self and others and On The
government of the living, investigates different arts of governing that reveal the connections
between power, knowledge, and truth in what he called governmentality. In Foucault's wake,
this term is multi-significant and designates, at one and the same time, the set of techniques,
procedures and tactics that take the population as the target of power, from the knowledge of
political economy and the instruments of the security device, the Western tendency that leads
this type of power to surpass other modes of government, such as sovereignty; moreover, it
corresponds to the result of processes through which the conception of the State of the High
Middle Ages and the Administrative State of the 15th and 16th centuries passed (FOUCAULT,
2008a). Specifically in The Birth of Biopolitics, the theorizations focus on the impacts arising
from liberalism and, later, from American neoliberalism, in the configuration of politics and
population management.
Thus, Foucault (2008b) begins his reflections on neoliberalism, discussing how the
market is constituted as a kind of practice that starts to interfere, in a central way, in the practices
of government and to what extent the knowledges of liberalism emerge through this redefinition
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of the power relations in the arts of governing. The market is conceived, by the French thinker,
as a place of veridiction, that is, as an entity that produces a truth/falsity, marked by a regime
of exchanges that redesigns governmental practice and public power. In short, the market
undertakes a new governmental reason that sets the limits by which the state can be useful.
According to Foucault (2008), historically speaking, this occurs through important mutations
triggered from the 18th century on, in view of the fact that government starts to manipulate
interests.
Unlike the sovereignty regime, in which the king was the owner of the reign, and could
act directly over his subjects, because the relationship that bound them was personal, in the
governmental reason of the State, and then the minimal State, the government no longer acts
directly over things, because "[. ...] can only act, only be legitimated, founded on right and
reason to intervene to the extent that [...] the games of interest make a certain individual or a
certain thing, of certain interest to individuals" (FOUCAULT, 2008, p. 62). To this extent, the
government will deal with the political phenomena that involve the interests of a certain
individual, compared to the interests of this individual or of a collectivity. It is precisely in this
constant exchange, made within a supply and demand relationship, between the desires of each
or everyone in the interface with the State, that neoliberal rationality is based.
Another aspect listed by Foucault (2008b) to characterize the grammar of neoliberal
intelligibility concerns the notion of freedom. In this view, it is not a universal that would be
particularized over time and space, but rather, a practice that can be produced, encouraged,
negotiated, consumed and, in the limit, controlled. In the words of Foucault (2008b, p. 87), "[...]
It is necessary, on the one hand, to produce freedom, but this gesture implies that, on the other
hand, limitations, controls, coercions, obligations supported by threats, etc. are established. The
author tells us that freedom branches out into freedom of the market, of exchange, of buying
and selling, of expression, of property rights, among others; however, in all these possibilities,
control mechanisms are erected that, to a greater or lesser degree, modulate and organize the
reach and exercise of freedom.
Framing these freedoms, an axial concept of liberalism comes into play, to be visualized
by another logic in the neoliberal rationality: the idea of competition. As Dardot and Laval
(2016) discuss, while classical liberalism considered competition as a natural law, at the heart
of the laissez-faire principle, neoliberalism understands competition as an artificial product of
a history and a political construction. In short, the implementation of neoliberal ideas
Francisco Vieira da SILVA; Thâmara Soares de MOURA and Patrícia Diógenes de Melo BRUNET
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presupposes a movement that, at first glance, seems contrary to liberal dictates. In this sense,
the neoliberal agenda postulates the need for the State to provide conditions for competition to
be optimized. Acting this way, competition becomes, in a certain way, nuanced by the political
power of the State.
As a corollary of this emphasis on competition and competition, there is the fascination
for the figure of the entrepreneur and the charm for the image of homo oeconomicus (About
the first, Dardot and Laval (2016, p. 147) define it as follows: "[...] It is being endowed with
commercial spirit, looking for any opportunity for profit that presents itself and he can take
advantage of, thanks to the information he has and another does not. He is defined only by his
specific intervention in the circulation of goods". This celebrityization of entrepreneurship finds
its conditions of existence in a historical formation essentially marked by the entrepreneurial
spirit, as Deleuze (2006) discusses.
The enthronement of the enterprise model in various institutions historically delineated
by discipline, such as schools, hospitals, and prisons, paints a scenario in which anyone is given
the opportunity to be an entrepreneur and the entrepreneur of oneself, in a race that never ceases.
According to Dardot and Laval (2016), neoliberal rhetoric propounds that all individuals are
always committed to relations of transaction and competition. In this logic, subjects are
continuously driven to exert work on themselves in order to improve performance and
performance. They are led to believe that success or failure in the unstable market game depends
only on them. The result is a sophisticated series of punishment, evaluation, and auditing
mechanisms to create rankings and awards in order to elect the best and reject the worst..
About the homo oeconomicus, Foucault (2008b) mentions that, differently from the
conception of classical liberalism, in which this homo oeconomicus was the man of exchange,
the partner conceived in a perspective of utility and the problematic of needs, in neoliberalism,
the homo oeconomicus is the man of consumption, "[...] being for himself his capital, being for
himself his producer, being for himself [his] income" (FOUCAULT, 2008b, p. 311). In this
conception, following Foucault (2008c), we understand that neoliberalism extends market
rationality to hitherto non-economic domains. This leads to the understanding that this
consumer and producer of consumerist satisfaction constitutes a human capital, on which it is
imperative to invest.
Human capital, according to Foucault (2008b), constitutes a kind of competence-
machine to be permanently built through educational efforts present throughout the entire
existence and not only covered by technical knowledge and professional learning. This goes
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from the time the mother dedicates to the baby and the affection dedicated to the children by
the family, to health care and the continuous monitoring of the subject's development.
The fact that human capital, as understood by Foucault (2008b), is not guided by
educational investments limited only to formal learning spaces does not mean that neoliberal
rationality has had a discrete impact on school education. On the contrary, as we have discussed
so far and in the next topic, the neoliberal ethos has occupied a privileged place in the
implementation of educational policies, including public ones. According to Veiga-Neto
(2018), the triad education, introjection, and neoliberalism is the basis of robust educational
projects developed by large corporations and private companies, sometimes in partnership with
the State, sometimes in the form of grants, training, and courses. At the core of such projects,
dwells "[...] the special attention to the formation of flexible, entrepreneurial, and resilient
individuals" (VEIGA-NETO, 2018, p. 42).
A similar observation is found in Laval (2004), when he highlights that the neoliberal
sign leads to the perception that teaching and learning, once dedicated to the desires of capital
and the market, needs to prioritize knowledge and skills that will generate a benefit in the future.
In this logic, curricula should be modified in order to adapt them to a utilitarian bias that
despises all knowledge that is not immediately related to an applicability in practical life. The
school as a humanist and republican institution, focused on the formation of critical thinking
and on a project to overcome social inequalities, is hidden behind a logic of adaptation to market
flexibility and risk management. (BARZOTTO; SEFFNER, 2020).
When the political-electoral discourse appropriates this rationality to convince voters to
adhere to such an agenda, one can verify the use of strategies that show the productivity of the
neoliberal school, in a criticism of the school institution as being doomed to failure and
disconnected in the present time. The political discourse, as we will see below, has changed
sensitively in its forms of production, circulation, and reception, in order to meet a new
language, especially in digital social media, marked by the brevity of the forms of
communication, by the appeal to marketing that seeks to bring candidates closer to voters and
make electoral campaigns less stern and more relaxed, through the use of various verbal-visual
and sound resources. For Sargentini (2017, p. 13), "[...] the analysis of political discourse in its
complexity involves linguistic utterances, images, gestures, facial expressions, and other forms
of expression”.
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Focusing on the scope of the Novo political party, it is worth noting that it was registered
with the Superior Electoral Court (TSE) in mid-2015, chaired by businessman João Amôedo,
who contested the elections for the presidency in 2018 and obtained more than 2 million votes,
about 2.5% of the total valid votes. According to Faria and Turtelli (2020), Novo has grown by
about 154% since 2018, as it went from 19,000 affiliates that year to 48,000 in January 2020.
According to Oliveira (2020), the party grew the most in proportional numbers, since in 2016
it had four councilmen and in 2020 it made twenty-nine members of the City Councils. The
acronym was congenitally connected to the business field, mainly because it explicitly defends
neoliberal agendas and bets on candidates who have experience in the private sector, so as to
distance itself from individuals who build a career in politics. According to the Novo website,
specifically in the section called Conheça ("Get to know"), we see that the party emerges
through "clean record subjects, who had never been involved in politics and decided to go from
indignation to action" (NOVO, [21--]). Also according to information on the site, it appears that
the party seeks to produce this novelty effect, given some specific characteristics, in order to
differentiate itself from other political parties, namely: i) it is the only party that does not use
public resources; ii) it is the only party maintained by affiliated donors; iii) candidates go
through a selection process; iv) those elected choose to give up office privileges and their own
salaries; v) candidates and representatives do not participate in party management; vi) board
members act as volunteers and do not receive salaries; vii) the party's members do not receive
salaries or other benefits; viii) the party's members do not participate in the management of the
party..
As can be seen, to do justice to the acronym's name, there is a rupture in the modus
operandi of parties in general, especially regarding the use of public resources and the internal
organization of the legends. Besides, it is possible to ponder that the party's logo itself frames
certain meanings that distance it from traditional political parties. Unlike symbols like the star
of the Laborer’s Party (PT) or the Luxembourg rose of the Democratic Labor Party (PTD),
Novo's design does not produce discursivities linked to a higher value in terms of the
constitution of citizenship and democracy. It is an artwork in orange, with the word "new"
written in white and a detail on the letter "n" that, in a domain of memory, leads us to the logos
of companies and services. This, therefore, contributes to the effect that this is a party that
rejects history and the configuration of politics itself.
Now, this does not mean to say that this effect of distancing from standard politics makes
the Novo party neutral or devoid of interests. On the contrary, the party bets heavily on
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neoliberal rationality as one of the pillars of its constitution. Born in the core of the business
community, Novo is in line with the agenda of "leaning" and debureaucratization of the State,
especially through the privatization of public companies, massive investment in
entrepreneurship, and market competition. As Dardot and Laval (2016) remind us, the market
is conceived as a free space for every individual in particular, since each one has an
entrepreneurial spirit and it is up to the market economy to release and stimulate this
entrepreneurship. This occurs through a certain phobia of the State, according to the perception
of Foucault (2008b). In this view, the excess of governmental mechanisms of the State would
hinder the flow of the free market and would stagnate the development of entrepreneurial skills
to be introjected from an early age. In light of this, the efforts of neoliberal rationality in
education have been visible since the mid-1980s, starting with the ideals of governments such
as Margaret Tachter in the United Kingdom and Ronald Reagen in the United States. The
reformist pretensions of transnational organizations such as the World Bank, the International
Monetary Fund (IMF), the European Commission, the World Trade Organization (WTO), and
the Organization for Economic Cooperation and Development (OECD) help to establish a
school model based on a perspective that considers "[...] education as an essentially private
good whose value is, above all, economic" (LAVAL, 2004, p. IV). In Brazil, according to
Guimarães and Pereira (2020, p. 42), the advance of neoliberalism in the national scenario has
been effective since Fernando Collor's government (1990-1992) and intensified during
Fernando Henrique Cardoso's administration (1995-2002), from "[...] the intensification of
productive restructuring, flexibility of labor laws, financialization of the economy, free
movement of capital, and privatization of the state productive sector”.
This emphasis on the market aspect, whose business logic is permeated by the cost-
benefit ratio, reflects sensitively on how the school was constituted over time. About this,
Sibilia (2012) reinforces that the school institution is a technology of the time that arises to meet
the demands of a societal project engendered by the bourgeois classes. Although over the years,
the school has been democratized (SEFFNER, 2020), in order to welcome the economically
unassisted social strata, several power relations in the political field threaten the achievement
of a democratic, republican and citizen education. Among these relations, we can mention, in
the wake of Laval (2004), the undisguisable advance of market interests in the construction of
curricula, teaching methodologies, teacher training, management, and school funding. Thus
thought, education loses its transformative and critical capacity, in view of the unrestricted
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attention to market designs and the development of human capital (FOUCAULT, 2008) -
mantras of neoliberal rationality. Under this logic, the Novo party, as can be inferred from
information on the party's website, raises the banner of neoliberal values, especially from the
implementation of public-private partnerships, the focus on a culture of competition, the
ranking, the rewarding of teachers and students, and the emphasis on entrepreneurship among
the school public.
Examination of proposals for education in posts by Novo party candidates on Instagram
Due to the covid-19 pandemic, the 2020 municipal elections were postponed and took
place in the month of November, unlike previous elections that took place on the first Sunday
in October. The electoral propaganda, more than ever, used the digital social networks as a
viable communicative support and of significant reach, since the social isolation measures made
it impossible, or at least, should prevent close physical contact and hand-to-hand campaigning,
in order to avoid agglomerations and, as a consequence, contagion by the new coronavirus
(SARS-CoV-2). In Marques' (2016) understanding, online campaign strategies need to create
mechanisms that capture the attention of an increasingly dispersed audience in the diversity of
texts and images they deal with on their portable devices.
From these notes, as stated above, we will analyze here four posts of candidates of the
Novo party on Instagram, in order to investigate how the proposals for education tune in with
neoliberal rationality, through knowledge-power relations. The first post circulated in the
profile of the candidate for mayor of Recife/PE, Charbel Maroun (@charbelmarounbr).
In this discursive materiality, three photos appear that are given view to the reader-
navigator by Instagram's viewing mechanism. The first photo is divided into two parts: in one
of them, the image resolution is dark and shows a place in which a school precariously
functions, there is an adobe construction with pau-a-pique covered with palm leaves; the
students are seen with their backs, sitting on worn chairs and one notices an improvised
blackboard; in the other part, the scenario shows, in an image with good resolution, a school
scene in which the students are concentrated and read attentively; the desks are comfortable and
the structure of the educational institution, from what one can deduce, is of adequate quality. In
the center of the two images there is the following verbal statement: "What if all inequality was
a thing of the past? When we click on the arrow on the right of the image, we are taken to the
second picture: a young black man smiling with books under his chest, on the right side, and a
backpack hanging under his left shoulder; in the background, in a blurred effect, bookshelves
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with books appear, suggesting that it is a library. As in the first image, a verbal statement
inquires, "What if it were possible to offer quality education for all?" We click once more on
the arrow and the last picture appears the photograph of the candidate Charbel Maroun, wearing
a white shirt, with the previous image of the young student with the books as the background.
In the center of the picture, it reads, in capital letters, "It is possible, and I will do it!"
We see that the conditional expression " What if" points to the possibility of the
realization of a desire and/or dream, of the construction of a possible reality. The last image
expresses the condition for this change: voting for Charbel Maroun. By inserting himself in a
subject position that commits to make the changes desired by society, because such
transformations are possible to be achieved, in the sense of improving education, the caption of
the post details the proposal for the creation of an education voucher.
You just have to want to do it. I've already talked here about Voucher
Education and every time I post it many questions arise. Let me explain: The
Voucher can only be used to pay tuition, something very similar to what is
already done. It is called PROUNI; The Voucher will not eliminate public
education. We will expand, improve and professionalize public schools and
day care centers; The Voucher will be available, initially, for students with the
best grades and the ability to keep up with the pace of private schools, with
more advanced education. We want to offer opportunities, break the cycle of
misery and present new horizons for these children and young people. The
little Recife people deserve this. Let's do it for them! (MAROUN, 2020, on-
line).
When the position taken in the profile of the candidate of the Novo party for the mayor
of Recife/PE on Instagram points out the urgency to solve the doubts arising from the proposal
of implementing the education voucher, it can be assumed that this is not a common proposition
in the political discourse and from there emerges the uniqueness of this statement within the
conditions of possibility of the Novo Party itself and the neoliberal banner raised by it. An
attempt to bring the proposal defended by Maroun closer to the social reality of the public is to
compare it with the University for All Program (PROUNI), which, after all, synthesizes this
link between the public and private sectors, at the core of higher education. To undo statements
from the associated domain that the program would end public education, Maroun's subject
position states the opposite and vaguely justifies the investment in such a sector. He then
explains that, in a first moment, those who will be contemplated by the project will be the
students with the best performance, since they could equal the level of private education. The
neoliberal reflexes in Maroun's proposal reside especially in a kind of individualization of
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student attendance through the voucher program, since only a portion will benefit, in opposition
to the universality and the democratic character that should guide education in Brazil, as defined
by the knowledge of the constitutional field.
In this logic, according to Laval (2004, p. 26), "[...] the more 'profitable' students benefit
from larger investments than those of lower 'performance'. The knowledge effects that govern
the voucher plan align with a position that only a portion of students, those who can win the
competition among their peers, will be granted the right to study in a private school. Power
relations permeate the introjection of neoliberal rationality in students, since, as in the
competitive market and lifelong learning configurations, there is no room for everyone. This
selection of the "best", therefore, already occurs at the earliest age, so that it is up to the subjects,
from an early age, to create favorable conditions for the development of human capital. Under
this understanding, there are no possibilities of transforming the unequal reality, contrary to
what the post of candidate Maroun claims, because the tendency is that the gap between public
and private schools will increase even more. The "cycle of misery", which the subject position
in the enunciation of the post is talking about, will not be dismissed only with the "transfer" of
some students to the private sector, but with the proper valuation of public and free education.
We can identify enunciative regularities in the constitution of the political discourse of
the Novo party candidates on Instagram, because in addition to the emphasis on the culture of
ranking and competition, a post on the profile of Orlando Silva Neto (@orlandosilvanovo),
candidate for mayor of Florianópolis/SC, reinforces the neoliberal vision of building small
entrepreneurs. For this, among the proposals for the field of education, we have: "We will
introduce notions of logic, entrepreneurship and programming, to encourage our young people
to know [sic] think logically and be able to employ in the technology market" (SILVA NETO,
2020, online). In the same post, we also read: "Floripa can have a public school with the same
quality as private schools” (SILVA NETO, 2020, on-line).
The focus of the proposal is on the insertion in the school curriculum of certain topics
such as logic, entrepreneurship, and programming, which would allow students to enter the
world of work. In the repeatable materiality of the statement, we emphasize that such proposal
is in accordance with the neoliberal rationality, due to the fact that there is an incentive to the
development of skills, knowledge, and practices related to competition and profit, given the
interest in addressing in the school institution the demands of a professional training for
employment. According to Dardot and Laval (2016, p. 152), "[...] the culture of employment
and the spirit of enterprise can be learned from school, just as the advantages of capitalism over
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other economic organization. This educational conception is based on relations of knowledge-
power that instill in the subjects the valorization of useful knowledge, aiming at the formation
of human capital, in order to make the gears of the capitalist system work, mainly nuanced by
technologization and flexibility.
When, in the enunciation of the post of the Novo candidate to the mayoralty of
Florianópolis/SC, appears the positioning according to which it is possible to raise the quality
of public schools, following the standard of proven schools, underlies a knowledge of neoliberal
order that points to the efficient performance of the private sector, in contrast to the outdated
model of public management. In the signifying materiality, there is an effect of opacity and
homogenization in the comparison between public and private on the issue of quality. Now, not
all private schools have a standard that would be considered sufficient, and the opposite is also
true, since there are public institutions of excellence. The very term quality can be questionable,
which can be measured under different parameters (passing exams and vestibulars, obtaining
expected standards in external evaluations). The way the discourse of the post is organized, it
is as if all private schools were of good quality, which should be pursued by public institutions,
starting with the implementation of the government proposals of candidate Orlando Silva Neto.
The third post analyzed circulated in the profile of Paulo Henrique Grando
(@paulohgrando), candidate for mayor of Cuiabá/MT. In the discursive materiality, appears the
picture of smiling Grando, at the bottom right, and a summary of the proposals, of which we
can mention: "reward the best teachers for performance, with decisive impact of the parents'
evaluation, not only financially, but in terms of recognition and career progression" (GRANDO,
2020, online); "create pilot program of scholarships in private schools for low-income students"
(GRANDO, 2020, online).
Once again - now the target is the teacher - it is evident the awarding and the focus on
competition and performance to define the parameter of quality in education. The proposal does
not specify clearly how this teacher performance would be and how parents would evaluate the
teacher. In any case, we can identify the knowledge-power relations that underlie this proposal.
As Dardot and Laval (2016) emphasize, neoliberal rationality produces a knowledge that excels
in the internalization of performance standards, self-surveillance, and constant evaluation that
seeks to align public services to a production typical of the private sector. In other words, the
proposal of Paulo Henrique Grando mischaracterizes the identity of the teacher as a public
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servant, by conditioning him to progress in his career based on the evaluation made by third
parties, as it is done in a commercial relationship.
Also in relation to the post of the Novo candidate for Cuiabá mayor, we highlight the
enunciative regularity that contributes to the insertion of school students in the private sector, a
finding present in the post of Charbel Maroun, analyzed before. This hypervaluation of the
private sector as a governance model to be followed by the State is one of the main slogans of
the neoliberal primer. About this, Laval (2004, p. 55) emphasizes, "[...] school in the face of
neoliberalism that considers all institutions, including public ones, should be placed at the
service of the economic machine to the detriment of any other purpose." The insistence in
enrolling students, whose families are economically unassisted, according to Grando's proposal,
in private schools as the solution to solve the educational problems is based on this knowledge
of the neoliberal order and, thus, produces power relations that seek to regulate the relationship
of the students with the school and the families. We cannot fail to consider that this is a political-
electoral discourse (SARGENTINI, 2015), which presents apparently feasible and "magic"
actions to solve highly complex issues.
In the post of Guto Scarpantini, Novo's candidate for mayor of Campo Grande/MS, the
same regularity present in Maroun and Grando's posts is present. In the discursive materiality,
the enunciative subject defends a program with the goal of ensuring partnerships with the
private sector, in an attempt to zero the line of daycare centers in the capital of Mato Grosso do
Sul. Let us see an excerpt of the post, which is accompanied by Scarpantini's photo and the
party number (30), "We will establish agreements with community and private daycare centers,
through public-private partnerships" (SCARPANTINI, 2020, online). As we presented earlier,
since neoliberalism argues for a minimal State, partnerships with the private sector seek to
compensate for this supposed excess of the public sector. In Scarpantini's proposition, the main
solution to solve the lack of vacancies in daycare centers would be through this cooperation
with private institutions.
According to Foucault (2008b), neoliberalism works as a principle of intelligibility, a
principle of deciphering social relations and behaviors. We observe, therefore, how this comes
into play in the composition of enunciates, whose rarity singularizes certain ways of enunciating
about education, within a political party marked by the referential of neoliberal rhetoric. We
saw in the analyzed posts the unraveling of social practices that, to a greater or lesser extent,
prioritize the market and the private sector, reward the "best", question the value of public
management, and exclude the "losers" of this uninterrupted competition.
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Final remarks
In this article, we seek to examine how the discourse of posts by candidates of the New
Party, in the 2020 municipal elections, mobilizes relations of knowledge-power intricate to
neoliberal rationality in the constitution of proposals for the educational field. The analytical
exercise allowed us to glimpse, in enunciative positivity, some regularities that cross the
constitution of political discourse in digital social networks. In the repeatable materiality of the
propositions for education, the brevity of the social network communication forms intersect
with strategies to convince potential voters. The solutions presented in the proposals are
connected to the knowledge that will characterize the New Party at the heart of the neoliberal
logic. We can summarize the main regularities found: (a) the understanding that private sector
management is the desirable and efficient model, hence the recurrence of establishing
partnerships with private schools, as well as inserting children and public institutions in private
schools, through voucher or scholarship programs, in order to empty the universal and equitable
character of public administration; (b) as a consequence of the celebrization of the business
model of neoliberalism, one can see the enthusiasm in electing, through a system of evaluation
and performance, those who deserve or not to be contemplated with the benefits of this social
and economic order. For Rolnik (2018), the establishment of a neoliberal State erodes the
democratic and republican bases, since, at the same time, it homogenizes the subjects to the
designs of capital and accentuates inequalities within a game where only a few are successful.
It is necessary, therefore, to resist the subtlety of these power strategies that, little by
little, make even more fragile the constitution of a public, free, and quality education. Even if
the New Party makes visible what already exists, in a surreptitious way, in other political parties
in the country, it is convenient to start insurrectionary movements, which can raise the flag of
an education that forms, above all, for citizenship and not only to meet the unstable desires of
the financial market, because, as Laval warns us (2004), school is not a private company.
Francisco Vieira da SILVA; Thâmara Soares de MOURA and Patrícia Diógenes de Melo BRUNET
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Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação, a
Consolidação das Leis do Trabalho -CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio
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CRediT Author Statement
Acknowledgements: We thank the Federal Rural University of the Semi-Arid Region
(UFERSA).
Funding: Federal Rural University of the Semi-Arid Region (UFERSA), via edict 02/2023
of Support for Academic Publication.
Conflicts of interest: There are not any.
Ethical approval: No need to submit to the ethics board.
Data and material availability: The data and materials are present on the candidates'
Instagram profiles.
Authors' contributions: Francisco Vieira da Silva conception, ideation, writing, and
revision; Thâmara Soares de Moura collaboration in article writing and proofreading;
Patrícia Diógenes de Melo Brunet collaboration in article writing and proofreading.
Processing and editing: Editora Ibero-Americana de Educação.
Proofreading, formatting, normalization and translation.