Viviani Aparecida CRUZ, Marcos Claudio SIGNORELLI e Baltazar MUIANGA
Revista Geografia em Atos, Presidente Prudente, v. 08, n. 01, e024011, 2024. e-ISSN: 1984-1647
DOI: https://doi.org/10.35416/2024.9022 13
ONG) e a falta de dados estatísticos. Entretanto, a ausência de dados estatísticos não invalida
os resultados, mas sim indica a falta de comprovação estatística.
A AMODEFA opera com cerca de 800 voluntários, distribuídos em sete delegações em
todo país, além de 93 funcionários, compreendendo 58 mulheres e 35 homens. Embora não
tenham sido disponibilizados relatórios de gestão ou estatísticas detalhadas das atividades, a
pesquisa de campo revelou que a organização está envolvida em uma ampla gama de atividades
que beneficiam adolescentes, jovens, mulheres e homens em idade fértil, pessoas vivendo com
o HIV/AIDS, criança vulneráveis, pessoas com deficiência e população LGBT (Lésbicas, Gays,
Bissexuais e Pessoas Trans).
O fator econômico se destaca, considerando que parte da renda da ONG é proveniente
de doações de apoiadores e parceiros. Para Gouveia (2007), as ONGs bem administradas têm
mais chances de criar geração de renda, propondo modelos econômicos, atrelados ao
desenvolvimento humano, demonstrando a necessidade de se ter mais de um projeto, facilitando
apoio de diversos doadores com propósitos semelhantes. Observa-se também que os
trabalhadores assalariados da ONG são pagos pelos colaboradores de cada projeto, enfatizando
a importância de cada doador, apoiador, patrocinadores e colaboradores.
A AMODEFA está comprometida com os princípios dos Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável (ODS), uma agenda global adotada durante a Cúpula das Nações Unidas sobre
Desenvolvimento Sustentável (ODS, 2015). Esses ODS são adaptados de acordo com as
especificidades de Moçambique. A AMODEFA tem como objetivo a defesa e promoção dos
direitos sexuais e reprodutivos, abordando a violência social, de maneira a atender a diversas
especificidades, baseando-se principalmente no ODS 3 – Saúde e Bem-Estar, como o foco na
saúde da população, e no ODS 5 – Igualdade de Gênero, focando no empoderamento de
meninas e mulheres. A partir disso, fornecem suas ações de caráter social, através de atividades
desenvolvidas nas escolas, em centros de saúde, visitas domiciliares, entre outros.
Através dessas estratégias, é possível promover o crescimento sustentável e inclusivo
nas comunidades, tornando-se um fator indispensável para a redução da pobreza, levando
acesso à educação, saúde, melhorias da qualidade de vida e justiça, o que acaba impactando,
consequentemente, em outros ODS.
A partir das visitas domiciliares que a AMODEFA realiza, é possível atender de maneira
humanitária, famílias de baixa renda, pessoas com dificuldade de locomoção, pessoas e seus
familiares vivendo com HIV/AIDS, tuberculose e outros agravos e doenças crônicas ou agudas.
Essas visitas, conduzidas por uma enfermeira e algumas voluntárias, auxiliam no atendimento.