Efeitos das avaliações em larga escala na organização do currículo escolar
DOI:
https://doi.org/10.32930/nuances.v30i1.6784Palabras clave:
Políticas Educacionais, Avaliação da aprendizagem, Currículo, Profissionais da Educação.Resumen
Este artigo tem por objetivo evidenciar alguns dos efeitos das avaliações em larga escala na organização curricular de duas escolas de uma rede pública municipal do Estado de Minas Gerais. Sabendo que no Brasil atualmente a qualidade da educação é muitas vezes associada às avaliações externas e ao Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), nota-se que em busca de resultados positivos, algumas instituições adequam seus currículos ao que é priorizado nos exames externos, o que faz com que as singularidades de cada região, escola e alunos sejam desconsideradas na prática pedagógica. Tendo isso em vista, optamos por investigar a realidade de escolas que possuem Idebs distantes entre si, de modo a verificar como estas avaliações interferem no dia-a-dia destas instituições. Por meio de uma abordagem qualitativa, pautada em um estudo de natureza teórico-empírico que se respaldou em revisões bibliográficas, análise documental e entrevistas semiestruturadas com inspetores, supervisores e docentes, analisamos as influências das avaliações em larga escala sobre o trabalho destes profissionais. A investigação revelou que a valorização dada as avaliações externas se relaciona, dentre outros, ao contexto no qual as instituições se inserem e que a atual estrutura e forma de tratamento dos dados advindos destes exames têm refletido de forma negativa no trabalho docente, provocando em algumas instituições escolares estreitamento curricular, treinamentos, engessamento pedagógico e práticas acríticas, o que indica a necessidade de reflexão sobre as finalidades às quais as avaliações em larga escala têm servido.
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