DISPUTAS TERRITORIAIS ENTRE O MST E O AGRONEGÓCIO NO ASSENTAMENTO RODEIO – MUNICÍPIO DE PRESIDENTE BERNARDES – SP

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Resumen

Os assentamentos de reforma agrária são territórios disputados entre movimentos socioespaciais e socioterritoriais e corporações do agronegócio. No estado de São Paulo, tal dinâmica foi reproduzida nos projetos de assentamentos estaduais, ganhando força com a aprovação, em 2022, de duas leis que regulamentam a disponibilização de terras públicas para o mercado. E, é em meio a esta situação adversa de precarização e disputas, que as famílias assentadas buscam formas de resistir na e pela terra. Nosso objetivo é analisar, a partir da dinâmica vivenciada no assentamento Rodeio, como acontece esse enfrentamento no cotidiano das áreas de reforma agrária entre o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o agronegócio, observando as estratégias de avanço do capital e de resistência camponesa. A metodologia para sua escrita tem como base as reflexões teórico-metodológicas travadas na Rede DATALUTA – Rede Brasileira de Pesquisa das Lutas por Espaços e Territórios, a revisão bibliográfica e os trabalhos de campo realizados no âmbito da pesquisa vinculada ao projeto Pró-Humanidades, que tem como premissa discutir ações e propor políticas públicas que contribuam com a emancipação do campesinato.

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Biografía del autor/a

Fernanda Aparecida Matheus, Universidade Estadual Paulista

Doutora em Geografia pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista (FCT/UNESP)

Bernardo Mançano Fernandes, Universidade Estadual Paulista

Professor Livre-Docente do Departamento de Geografia da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista (FCT/UNESP)

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Publicado

2024-07-26

Cómo citar

Lima, W., Matheus, F. A., & Fernandes, B. M. (2024). DISPUTAS TERRITORIAIS ENTRE O MST E O AGRONEGÓCIO NO ASSENTAMENTO RODEIO – MUNICÍPIO DE PRESIDENTE BERNARDES – SP. Caderno Prudentino De Geografia, 2(46), 164–182. Recuperado a partir de https://revista.fct.unesp.br./index.php/cpg/article/view/10555