PROPOSTA PARA A CARTOGRAFIA DE FAIXA DE PROTEÇÃO DO REVERSO DAS CUESTAS: UM ESTUDO DE CASO EM BOTUCATU (SP).

Resumo

O município de Botucatu (SP), que abriga em seu território um setor das cuestas paulista, conta com uma legislação municipal inovadora que determina uma faixa de proteção ambiental sobre o reverso cuestiforme de 250 metros a serem quantificados a partir da linha de ruptura. Entretanto, devido à heterogeneidade morfológica do front, a identificação da linha de ruptura, conforme prevê a legislação, é uma tarefa complexa. Portanto, esse artigo busca apresentar e discutir técnicas de geoprocessamento utilizadas para mapear a faixa de proteção ambiental, assim como discutir o uso da terra que ocorre nessa área. Para isso, foram elaborados mapas de profundidade de drenagem e de declividade do município e foram fotointerpretadas ortofotos digitais, buscando precisão na identificação da linha de ruptura. Ainda, tais dados foram reambulados por meio de trabalhos de campo. Os procedimentos técnicos possibilitaram gerar produtos cartográficos que atendem as demandas da legislação, assim como a análise do uso e ocupação da terra sobre a faixa de proteção, o que revelou uma região de intenso uso da terra por empreendimentos rurais (47% pastagens; 16,7% culturas agrícolas; 7% silvicultura; 2,4% área construída) e infraestrutura urbana (1,2%). Dessa forma, compreende-se que o emprego de técnicas cartográficas associadas às questões geomorfológicas é uma ferramenta de grande valor na preservação do relevo cuestiforme.