A GEOPOLÍTICA E A MOBILIDADE HUMANA NA TRÍPLICE FRONTEIRA (BR, PY E AR), O EIXO INTEGRADOR: O TURISMO DE LAZER E DE COMPRAS
DOI:
https://doi.org/10.33081/formacao.v26i47.5709Resumen
Na atualidade o entendimento da paisagem revela um papel de destaque na análise crítica das transformações do espaço geográfico. Nessa lógica, as imagens fotográficas podem auxiliar na percepção do espaço ao focar a paisagem em estudo. Busca-se, nesta pesquisa , analisar a Tríplice Fronteira entre Foz do Iguaçu/Brasil, Puerto Iguazú/Argentina e Ciudad del Este/Paraguai, como resultado de um processo histórico marcado por traços político-econômico-ideológicos em função do capital. Para tanto, utiliza-se da fotografia, da pesquisa bibliográfica e da experiência vivencial na fronteira para a análise da disputa pelo território associada à disputa hegemônica pelo poder sobre a região. Essa disputa conduz à assinatura de diferentes tratados internacionais. Isso permite concluir que os resultados dos tratados entre países marcaram a paisagem desse local, com traçados físicos e simbólicos, bem como foram responsáveis pela atual dinâmica do capital e do trabalho desse espaço, pela mobilidade forçada do sujeito fronteiriço, e o surgimento de uma nova ordem de mobilidade, a do consumo.Descargas
Citas
“[...] o conjunto de formas que, num dado momento, exprimem as heranças que representam as sucessivas relações localizadas entre homem e natureza” (SANTOS, 2006, p. 66).
Catta (2002, p. 16) expõe: “Deixava-me atordoado e perplexo [...] observar as transformações que se processavam vertiginosamente e atingiam diretamente toda a população [...] reflexo imediato de uma conjuntura imposta pelos governos militares do Cone Sul [...]”.
Bernardino (2014, p. 135), que a “[...] mobilidade da força de trabalho é uma pré-condição para a existência/funcionamento e a expansão dos espaços do capital”.
Para Bernardino (2014, p. 132), “O capital é movimento e põe em movimento homens e mercadorias”.
Santos (2006, p. 60), que “[...] é a paisagem que dá forma à ação”.
“[...] mas não somente, [pois] o atual Estado neoliberal estabelece políticas de desobrigação, de não intervenção, daí o setor privado amplifica sua ação, que incide consequentemente na mobilidade humana” (ROCHA, 1998, p. 24).
“[...] como um projeto se inserindo num contexto espacial e numa textura, o que exige ‘representações’ que não se perdem no simbólico ou no imaginário” (LEFEBVRE, 2006, p. 71).
“Novos usos do território se referem às projeções de poder dos Estados e dos múltiplos poderes presentes nestas regiões e às transformações por eles implementadas” (RÜCKERT; GRASLAND, 2012, p. 91).
com Ghizzo (2012, p. 117),
Frequentar um shopping, uma loja ou um hipermercado pode significar muito mais que comprar, mas um consumir simbólico com a capacidade de elevação social, mesclando consumo e lazer, de modo que aqueles que têm condições para tal demonstram um poder presente no tempo ocioso que se transforma em consumo do espaço.
Cachinho (2006, p. 33),
[...] alimenta-se de dois tipos de paisagens: a cityscape, o ambiente construído ou a arquitectura física da cidade, e a mindscape, as paisagens interiores, ou da alma , produto da espacialidade das práticas quotidianas. As primeiras fornecem os palcos e os cenários necessários à representação dos consumidores; as segundas escrevem os textos que servem de guião à representação. (Grifos do autor).
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