Uma região que obedece?
Alguns elementos para pensar o planejamento regional na Amazônia
DOI:
https://doi.org/10.35416/2024.9346Palavras-chave:
Região, Grandes projetos, Povos da floresta, Planejamento regional, AmazôniaResumo
A compreensão de dinâmicas hegemônicas e contra-hegemônicas atinentes ao fenômeno regional no espaço constitui tarefa central deste artigo. À luz da teoria miltoniana, toma-se a Amazônia como exemplo de reflexão e, com base em levantamentos bibliográfico e documental, considera-se tanto as desarticulações decorrentes dos “grandes objetos” quanto as articulações produzidas pelo que estamos denominando como “objetos de grandeza cidadã”. Assim, para além do economicismo abstrato que tem caracterizado e definido formas e conteúdos na atualidade, salienta-se a pertinência de se pensar a região a partir da pluralidade de existências e de divisões do trabalho inerentes ao espaço amazônico, com a possibilidade, inclusive, de sugerir a existência de uma “região do desobedecer” a partir da potencialização dos saberes e das lutas políticas dos povos da floresta; subsídios esses de grande importância para se contestar a lógica desenvolvimentista perversa e mesmo se pensar em outro planejamento regional para a Amazônia contemporânea.
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