Política pública de assistência estudantil no ensino superior brasileiro como um instrumento para novos habitus nas universidades
DOI:
https://doi.org/10.32930/nuances.v33i00.9630Palavras-chave:
Assistência estudantil, Capital cultural, Ensino superior, Habitus, Políticas educacionaisResumo
Este artigo traz os resultados de uma pesquisa inserida no campo das discussões sobre as políticas de assistência estudantil na educação superior no Brasil e adota como eixo analítico as concepções de acesso e permanência na universidade pública. Ao tomar como base as discussões do sociólogo francês Pierre Bourdieu, busca-se refletir sobre a influência da política de assistência estudantil no ensino superior como um instrumento para a formação de novos habitus nas universidades brasileiras. Para tanto, mediante abordagem qualitativa, foi realizado uma pesquisa bibliográfica e documental. Além dos dados da literatura da área, foram coletados dados do Censo da Educação Superior/Inep do ano de 2020. Esses materiais foram problematizados a partir da análise de conteúdo. O estudo permite apontar que as políticas públicas educacionais voltadas para a garantia do acesso e da permanência no ensino superior são cruciais para a superação da desigualdade educacional e, também, para a mudança do habitus elitizado estabelecido, historicamente, nas universidades do país, uma vez que empenhadas na inserção de benefícios às camadas populares é possível propiciar as condições para democratizar o capital simbólico educacional, conforme se faz observar nas discussões em Pierre Bourdieu.
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