A territorialidade simbólica da Igreja Universal do Reino de Deus a partir do cinema brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.35416/2022.8016Resumen
A religião é um dos campos de interesse da geografia e as estratégias religiosas usadas pelas instituições religiosas se modificam conforme as demandas sociais existentes. Esse texto se trata de investigar uma ação territorial religiosa adotada pela Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) a partir dos últimos sucessos de bilheteria no cinema nacional, produzidos pela Rede Record de Televisão, buscando compreender o desenvolvimento territorial dessa instituição a partir de sua territorialidade em produções cinematográficas. Para isso, associamos o conceito geográfico de apropriação simbólica para o sagrado a fim de aproximar tais conceitos com a tática de marketing da IURD. Os procedimentos metodológicos utilizados foi uma observação de campo, acompanhando os sujeitos em uma jornada de ida aos cultos da IURD e ao cinema para assistir as produções cinematográficas promovidas pela instituição. Assim, consideramos que a IURD utiliza uma estratégia territorial midiática de apropriação simbólica por meio do cinema para atrair novos adeptos ao seu conjunto de crenças e fidelização ao discurso de seus líderes simbolicamente defendidos nos enredos dos filmes.
Palavras-chave: Territorialidade do sagrado; Estratégia de marketing pelo cinema; Apropriação simbólica.
Descargas
Citas
BALLOUSSIER, Anna Virgínia. Igreja Universal faz 40 anos e realiza sonho de alcançar classe média alta. Folha de São Paulo, 09 jul. 2017. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/poder/2017/07/1899617-igreja-universal-faz-40-anos-e-realiza-sonho-de-alcancar-classe-media-alta.shtml. Acesso em: 24/05/2020.
BOURDIEU, Pierre. A economia das trocas simbólicas. 6 ed. São Paulo: Perspectiva, 2007.
BRASIL. Agência Nacional de Cinema. Observatório brasileiro do cinema e do audiovisual. Segmento de salas de Exibição - informe anual preliminar 2019. Disponível em: https://oca.ancine.gov.br/sites/default/files/repositorio/pdf/anuario_2018.pdf. Acesso em: 23/05/2020.
__________. Agência Nacional de Cinema. Observatório brasileiro do cinema e do audiovisual. Listagem de Filmes Brasileiros com mais de 500.000 Espectadores 1970 a 2018. Disponível em: https://oca.ancine.gov.br/sites/default/files/repositorio/pdf/2105.pdf. Acesso em: 23/05/2020.
CAMPOS, Leonildo Silveira. Teatro, templo e mercado: organização e marketing de um empreendimento neopentecostal. Petrópolis–RJ: Vozes; São Paulo: Simpósio Editora e Universidade Metodista de São Paulo, 1997.
DIAS, Rafaela. Elenco de Nada a Perder 2 é homenageado na Câmara dos Deputados. Universal.org, São Paulo, 30 out 2019. Disponível em: https://www.universal.org/noticias/post/elenco-de-nada-a-perder-2-e-homenageado-na-camara-dos-deputados/. Acesso em: 23/05/2020.
DURKHEIM, Émile. As formas elementares da vida religiosa. 3 ed. São Paulo: Paulus, 2008.
ELIADE, Mircea. Imagem e símbolos: ensaio sobre o simbolismo mágico-religioso. São Paulo: Editora Martins Fontes, 1991.
_________. Tratado de história das religiões. 3. ed. São Paulo: Editora Martins Fontes, 2008.
GIL FILHO, Sylvio Fausto. Espaço sagrado: estudos em geografia da religião. Curitiba: Ibpex, 2008.
GOMES, Edlaine de Campos. A era das catedrais: a autenticidade em exibição. Rio de Janeiro: Garamond, 2011.
GRACINO JUNIOR, Paulo; REZENDE, Gabriel Silva. A vez dos eleitos: religião e discurso conservador nas eleições municipais do Rio de Janeiro. Revista Brasileira de História das Religiões, v. 13, n. 38, p. 259-289, 11 ago. 2020. Disponível em: http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/RbhrAnpuh/article/view/52641. Acesso em: 27/10/2020.
HAESBAERT, Rogério. Territórios alternativos. 3 ed. São Paulo: Contexto, 2015.
__________. O mito da desterritorialização: do fim dos territórios à multiterritorialidade. 11. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2019.
MARIETTO, Márcio Luiz. Observação Participante e Não Participante: Contextualização Teórica e Sugestão de Roteiro para Aplicação dos Métodos. Revista Ibero-Americana de Estratégia, São Paulo, v. 17, n. 3, p. 5-18, Oct-Dec. 2018. Disponível em: http://revistaiberoamericana.org/ojs/index.php/ibero/article/view/2717. Acesso em: 27/10/2020.
MÁXIMO, Maiara. Cinema Solidário exibe Nada a Perder 2. Universal.org, São Paulo, 01 set 2019a. Disponível em: https://www.universal.org/noticias/post/cinema-solidario-exibe-nada-a-perder-2/. Acesso em: 23/05/2020.
MÁXIMO, Maiara. Nada a Perder 2 lidera bilheteria nacional. Universal.org, São Paulo, 15 set 2019b. Disponível em: https://www.universal.org/noticias/post/nada-a-perder-2-lidera-bilheteria-nacional/. Acesso em: 23/05/2020.
MÁXIMO, Maiara. Nada a Perder 2 alcança todos os públicos. Universal.org, São Paulo, 06 out 2019c. Disponível em: https://www.universal.org/noticias/post/nada-a-perder-2-alcanca-todos-os-publicos/. Acesso em: 23/05/2020.
MESLIN, Michel. A experiência humana do divino: fundamentos de uma antropologia religiosa. Petrópolis, RJ: Vozes, 1992.
NIKLAS, Jan. Sucesso de bilheteria, filme sobre Edir Macedo tem salas vazias. O Globo, Rio de Janeiro, 31 mar. 2018. Cultura. Disponível em: https://oglobo.globo.com/cultura/filmes/sucesso-de-bilheteria-filme-sobre-edir-macedo-tem-salas-vazias-22539322. Acesso em: 27/10/2020.
PESSOA, Gabriela Sá. 'Os Dez Mandamentos' bate recorde de bilheteria
'esgotando' salas vazias. Folha de São Paulo, São Paulo, 11 abr. 2016. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2016/04/1759482-os-dez-mandamentos-bate-recorde-de-bilheteria-esgotando-salas-vazias.shtml. Acesso em: 25/05/2020.
PITANO, Sandro de Castro; NOAL, Rosa Elena. A observação participante na graduação em Geografia: limites e possibilidades. Instrumento: revista de estudos e pesquisa em educação, Juiz de Fora, v. 19, n. 2, p. 197-206, jul/dez, 2017. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/revistainstrumento/article/view/19026. Acesso em: 11/08/2020.
RAFFESTIN, Claude. Por uma geografia do poder. São Paulo: Ática, 1993.